o toque da agulha

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[...]

meu sangue se tornou tinta na tua tela,
você me pinta de várias formas quebrando, tudo que eu tinha guardado,
mato o pouco de mim que restou para te dar tudo que tenho,
comprimidos para me manter lúcido no fundo deste quarto,
enterrado embaixo da terra que me cobre,
máscaras mais pesadas do que a porta de saída,
contemplando a verdade pelas fechaduras destampadas,
comendo os ossos já roídos pelo almoço passado,
repassando toda a fúria de não ter meu dono,
quebrando toda minha vida por não ter espaço para chorar,
me pergunto se você demorará muito para voltar,
se está muito ocupada ou se já esqueceu de mim,
se ainda sente algo quando me vê,
ou se em ti o coração se destila na agulha de uma leve picada.

[...]

não leve tão a sério meu sorriso triste, é apenas mais um traço do meu sarcasmoOnde histórias criam vida. Descubra agora