Ele era um senhor que usava balas de hortelã no bolso
Gravata bem feita e um cinto charmoso
Sapato algumas vezes apertado
Mas sempre engraxadoTinha um coração enorme
Todos conheciam seu nome
Pobre e não sabia ler
Mas conhecia coisas que muitos jamais conseguiriam entenderAmou uma só mulher
Por toda vida, ela era a que fazia seu coração bater
Ele lutou todos os dias para não vê-la sofrer
Os dois se amaram para valerTeve filhos, bem criados e amigos
Era um pai complicado, sério, fechado
Mas eles sabiam o quanto tinham sido amados
Há muitos pais pelo mundo
Mas poucos se igualamViveu por um ideal
Morreu por esse ideal
Combateu o bom combate
Foi um grande homem
Inteligente, formado pela vida e seus incautosEnsinou a neta a assobiar
E a amarrar o cadarço
E ela ainda lembra de como ele gostava de dizer "obrigado"
Não era o Mguelim, mas foi menino sofridoMas ensinou a gerações
Como ser querido
Mostrou a jovens como deixar os vícios
Ensinou meninos a serem sinceros e sem achismosAté que um dia, você começou a esquecer os fatos
Sentiu-se cansado, desconfiado
Já não lembra quem era sua família, nem quem estava do seu lado
Amou-a tanto, mas agora nem falava nada, porque era raras as vezes que se lembravaMas sabíamos que você ainda a amava
Sua família tentava, seus netos ouviam suas histórias mal contas
Mas para eles, o importante era que você se lembrava
Com quem falavaFoi triste te ver partir
Mas era melhor do que você sofrer aqui
E sabemos que você não está triste aí
Afinal, você venceu aquiEra um homem que chorava
Era um homem que cantava
Foi um homem que amava
É um grande homem em nossas memórias
E seguimos sentindo sua falta
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Há muitas verdades, para poucos poetas
شِعرNa correria do trabalho, você não reparou no sol. Quando estamos com quem amamos, notamos por que amamos? Ser amado ou amar? Por que o amor é tão multifacetado? Mas o que seria amar? Já se perguntou por que mudamos, por que temos que mudar? Por qu...