Há muitas verdades, para poucos poetas

77- Depois

Se não houvesse despedidas não teria encontros
Se não houvesse despedidas não cresceríamos
Mudanças e seus sinônimos
É um deles é despedidas

Ver as pessoas irem, saber que nada será como antes
Ver que as formas da vida já tornaram-se uma bela escultura
Não dá para voltar atrás
Já crescemos demais e a vida não é mais uma aventura

Só percebi o quanto te amei
Quando você se foi
Imaturidade ou o ser humano só se apega quando não tem mais?
Triste saber que agora os laços ficaram para depois

As meninas cresceram e nós envelhecemos
As coisas já não tem mais graça, como era, no nosso tempo
Sorrimos e vivemos bons momentos
Sentiremos para sempre a brisa de ser jovem e intenso

Éramos cinco, éramos três
Talvez um dia possamos ser seis
Mas atualmente já não resta ninguém
A casa agora está vazia
E os móveis todos sozinhos
Já não conseguimos nos ver
Nem dar um pouco de carinho

Tantos caminhos
Poucos segundos de nostalgia
Vocês com suas vidas
E eu com as minhas

Eu só queria voltar a nossa infância
Efêmera e rápida
Tão prazerosa quanto um conto de fadas
Só queria parar de crescer agora
Voltar a sorrir como uma criança abobada como fazíamos outrora

É difícil dizer adeus?
Sentir que nos perdeu?
Chorar de saudade lembrando de tudo que se viveu.
Dói crescer, mas também não queremos morrer jovens
Dói saber que o tempo impede os laços mais fortes?
Ou a vida só os torna mais inquebráveis?

Firmar um laço não necessita de contato sempre
Então por que há tanto amigos que hoje já nem se falam mais?
Dizem: o tempo dirá
Mas ele que nos impede de dizer qualquer coisa.

Os segredos mais íntimos ficaram para depois
Os corações romperam os cordões
E nossos momentos se perderam em meio a tantas atribuições
Mas conseguiremos manter ligações?

Eu estarei aqui quando você chorar
Mesmo que não consiga me falar
Estarei aqui quando amar pela primeira vez
Por que não são todos como o "tempo", artistas.
Mas nossa ligação é como a mais bela obra de arte, uma escultura linda.