4 - Calmo

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Indícios de boiolagem pra acalmar e aquecer o coração de vcs.

Win

O Dr. Anderson terminou de fazer a Bright sua habitual rodada de perguntas, então olhou para mim e franziu a testa.

"Você precisa cuidar de si também." Disse ele. "Não está dormindo?"
Eu balancei minha cabeça, mas abri um sorriso falso na frente de Bright.
"Estou bem."

Ele suspirou, porque obviamente era uma conversa que sempre tinha com os entes queridos de seus pacientes, mas sua expressão era gentil.

"Preciso lembrá-lo de que você não pode cuidar dele se não cuidar de si mesmo?"

"Não, eu entendo, obrigado."

Ele me deu um tapinha no ombro no momento em que dois outros médicos chegaram.

"Ok, Bright." Disse o fisioterapeuta. "Vamos colocá-lo em pé hoje."

Bright estava fazendo exercícios em sua cama, dobrando as pernas, esse tipo de coisa. Mas eles precisavam esperar por causa da cabeça dele. Vertigem e queda ou fortes dores de cabeça e náusea eram problemas sérios com lesões cerebrais. Mas eles achavam que ele estava pronto.
Bright olhou para mim, depois engoliu em seco.

"Eu não sei."

O fisioterapeuta não se intimidou. Ele explicou o que faria em uma voz neutra que não dava margem para discussões, sobre como ele ficaria no pé esquerdo por três segundos e eles aguentariam o peso dele. Primeiro eles o sentaram e deixaram a cabeça dele acompanhar o movimento, então eles gentilmente baixaram os pés dele para o chão e o deixaram sentar por alguns minutos.
Ele já estava pálido, mas continuou me procurando, o que me deixou mais feliz do que deveria. Eu dei um aceno encorajador a cada vez. Porque se ele pudesse fazer isso, estávamos um passo mais perto de ir para casa.
Um pequeno passo.

"Ok, Bright, no três."

"Um..."

Ele olhou para mim, assustado, mas determinado.

"Dois..."
Ele respirou fundo.

"Três."

Eles o levantaram e ele ficou em pé esquerdo por um segundo, dois segundos, mas então sua cabeça caiu para a frente e eu avancei para ele como se fosse pegá-lo. Mas ele estava bem apoiado e o colocaram de volta na cama. Agora ele estava branco como um lençol, com suor na testa e respirava pesadamente.

"Você se saiu muito bem, Bright."

Disse o médico. O neuro e o fisioterapeuta se preocuparam um pouco com ele e pediram as enfermeiras para deixá-lo confortável novamente. Eu pensei que ele poderia vomitar, mas não vomitou.
Logo, éramos apenas eu e ele. Ele estava com os olhos fechados, embora tivesse um pouco mais de cor. Uma lágrima desceu até sua têmpora.

"Você foi muito bem." Sussurrei.

"Cabeça dói." Ele suspirou.

Ele parecia tão desamparado, tão frágil, que eu não pude evitar. Eu tive que confortá-lo de alguma forma e deixá-lo saber que ele não estava sozinho. Peguei a mão dele na minha.

"Você vai ficar bem, Bright. Você não está sozinho. Tudo ficará bem."

Outra lágrima escapou, mas ele apertou meus dedos e não soltou até que o sono relaxasse seu aperto.

***
Algo mudou com Bright quando ele acordou. Ele estava diferente comigo.
Os sorrisos educados que antes eram dados a um estranho eram agora outra coisa. Eu não queria pensar demais, mas o olhar que ele me dava agora era algo mais próximo de como ele olharia para um amigo.
E isso era uma grande coisa.
Eu devo ter cochilado no assento ao lado dele, ouvindo sua respiração pacífica, apenas para ser acordado por uma máquina apitando. Eu me levantei e encontrei uma enfermeira em uma de suas máquinas, mudando alguma coisa.

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