The king.

"Ainda não é amor."

— Eu já devia ter imaginado. — disse e tirou a atenção de Safira, olhando para o homem à sua frente. — Coloque para fora tudo o que gritar para sair. Estarei ouvindo tudo, independente de suas palavras.

Luke respirou fundo e se virou, se sentando sobre a grama alta e olhou para frente.

Anny fez o mesmo processo e esperou que ele começasse a desabafar.

— O que tem acontecido ultimamente, me deixa confuso, sufocado e atormentado. — começou a falar. — Foi tudo tão de repente. Um dia, eu estava governando o reino e enfrentando problemas por uma bruxa ter escapado do Reino. Já em outro, uma garota aparece dizendo que foi amaldiçoada e que eu precisava me apaixonar por ela para quebrar o feitiço e livra-lá da morte.

Anny não disse nada. Apenas pensou.

Talvez ela tenha agido de maneira exigente no começo. Mas estava desesperada e atordoada com tudo, se serve de explicação.

— Eu achei tudo tão patético e fiquei me perguntando como alguém tinha a ousadia de chegar em minha casa e falar tudo aquilo. — revelou em murmúrio.

Anny apenas pressionou os lábios.

— Eu não liguei muito para isso... Por mais que você fosse suspeita de ser filha de Oliver naquela época, eu ainda sim, achava que você era apenas mais uma aproveitadora. Igual as mulheres que já apareceram no castelo. — soltou um ar pesado.

— Eu nunca me aproximaria de você por interesse em seus bens... — murmurou baixo.

— Eu sei... Agora eu sei. — Luke falou enquanto enrolava a grama entre seus dedos. — Eu só... é tão difícil falar tudo. É uma confusão que eu não consigo desfazer.

— Eu também me sinto pressionada por mim mesma. — Anny falou olhando fixamente para o chão. — Quando tudo aconteceu. O fato da Sora ter aparecido de repente e ter me amaldiçoado, ou de como descobri que minha vida foi uma mentira em que vivi fora do meu verdadeiro lar... é tudo tão doloroso de entender, sinto como se minha cabeça fosse abrir de tantos pensamentos que há nela.

— Eu sinto o mesmo. — Luke falou baixo. — São muitos pensamentos. Não consigo definir uma ordem para resolver em etapas.

— Podemos fazer isso. — Anny virou o rosto para ele. — Resolver em etapas.

— E qual seria a primeira? — arqueou a sobrancelha em dúvida.

— Sobre seu próprio eu. — disse. — Eu começo, pode ser?

Luke apenas concordou e mexeu o dedo indicador, fazendo uma pequena bola de luz azul e a deixou flutuando, para iluminar, já que estava um breu por conta da noite que havia chegado.

— Sabe aquela sensação de angústia? Aquele aperto no peito, o vazio de sua mente trabalhando em paranóias. Toda aquela pressão psicológica te atormentando, alertando de que algo está para acontecer com você, mas que você não se sente preparado. — Anny soltou as palavras. — Eu vivo atormentada todos os dias. Vivo em pensamentos de que vou morrer a qualquer momento e fico pensando no futuro, por mais que eu não possa ver adiante.

Luke não disse nada. Nem tinha o que dizer, e nem tinha palavras de consolo.

— Eu sempre procuro me distrair para não afundar no escuro de minha mente. Vivo procurando algo para aprontar, ou até mesmo, fico te perseguindo pelo castelo. — ela soltou uma risada fraca e fungou. — Eu só... me sinto perdida e desesperada. Tão desesperada que agi de modo apressado, sem ao menos conversamos sobre isso com calma.