1694 palavras
Ele não estava presente, mas seu aroma ainda impregnava as roupas de cama, e meu corpo continuava a arder de constrangimento. Passei a noite em sua cama, permitindo-me relembrar aquilo que já fizemos tantas vezes antes. Sentia-me como se estivesse em outro mundo, dominada pela luxúria.
Agora, aqui estou eu, observando o nascer do sol através da janela, contando os minutos desde que ele se levantou, deixando de abraçar meu corpo e partindo, fechando a porta com cuidado.
Não disse nada antes, consumida pela vergonha.
Levantei-me, arrumei a cama - ele já havia trocado os lençóis antes de adormecermos durante a madrugada, um sono que não durou muito. Vesti o pijama que usava antes e abri a porta da sacada. Ainda era muito cedo, mas estava apreensiva com a possibilidade de encontrar Ammy acordada e ter que explicar o meu sumiço. Ao entrar em seu quarto, senti um alívio imediato ao ver que a garota ainda dormia tranquilamente.
Dirigi-me à penteadeira e peguei minhas coisas; não ficaria ali nem por mais um segundo.
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— Chegamos, madame. — Disse Erick ao estacionar a moto na praça.
Seu convite foi como um caminho que me livrasse de todas as lembranças do meu deslize de hoje mais cedo. Eu não queria vir, eu precisava.
Mas agora, olhando em volta, vejo que não foi uma ideia nada ruim. A praça estava animada e iluminada - mais do que o habitual - com música ao vivo, como ele tinha me prometido.
— Eaí?
— Está lindo aqui — murmurei, ainda encantada pelo ambiente.
Eu segurei firmemente a alça fina da minha bolsa e comecei a andar em uma direção qualquer, já que todas ao redor pareciam ter algo interessante.
— Espera, você não vai querer ver o show? — Erick ainda estava atrás de mim.
— Odeio reggae — Respondi com naturalidade enquanto continuava andando.
— Então por que veio? — Ele resmungou, um pouco indignado.
Não teria como explicar para ele que só estou aqui para tentar fugir da minha própria mente. Isso não seria gentil.
— Somos amigos, ué. Meu gosto musical não é o suficiente para impedir que eu saia com você.
Não, não considero Erick meu amigo, mas também não vou deixar que ele veja isso como um encontro romântico.
Invadimos as ruas do centro como crianças curiosas, experimentando todo tipo de comidas estranhas que encontrávamos, reclamando do que viesse à mente, pois esses eram os nossos diálogos mais legais - na minha visão.
— Você disse que não gostava de socializar... — ele jogou mais um dardo, errando mais uma vez o balão — Mas já foi para mais festas e conheceu mais gente do que eu, e estamos no início do ano. Isso é um pouco contraditório.
— Mas sempre é para um bem maior — Respirei fundo, guardando minhas mãos nos bolsos da minha jaqueta.
— Me pergunto quais são suas intenções se obrigando a ir a lugares assim... É totalmente esquisito — ele acerta o último dardo, fazendo a última bexiga estourar - Isso!
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INDELÉVEL-"Querido Diário" de Lana Berger
RomanceDois stalkers. Dois assassinos. Duas almas que se reencontram em meio ao caos. Nos recantos esquecidos de Baltimore, Maryland, Lana Berger é uma garota à deriva, engolida por uma obsessão que cresce como uma sombra silenciosa, tão inescapáve...