1. Convite de Casamento

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Luiza Campos Point Of View

Qual é o objetivo de amar? De ter uma pessoa, de beijar uma boca, de colocar uma aliança no dedo? Quando a pessoa que você ama não pode ficar com você, você começa a acreditar que talvez o amor não exista.

Quando era criança, meus pais ficaram falando em meu ouvido que: "Os Albuquerques não são boas pessoas".
Eu não sei da onde que eles tiraram isso, eu como era criança, imaginava tudo que era possível. Eram monstros? Vampiros? Ou então eram estilo a Família Addams?

Porém minha visão sobre os Albuquerques mudou quando conheci a primogênita da família. Valentina Albuquerque. Uma garota que era especialista em fazer poemas e enviar cartas.

[...]

Estava tudo muito entediante, a casa completamente vazia sem a presença de meus pais ou algum funcionário. Ao contrário daqui, a casa da frente estava cheia e raramente ficava solitária. Sempre com festas e reuniões, porém uma coisa chocou tanto a mim quanto meus pais. Um convite chegou a nossa porta esses dias.

" Família Campos

É com enorme carinho e honra que os convido para uma reunião na sexta-feira às 20hrs. A celebração é algo não formal, apenas para aqueles que fazem e fizeram parte da nossa trajetória.

Com Carinho: Marcos & Catarina Albuquerque "

Isso não era normal, não quando estamos falando de duas famílias que são rivais por algum tipo de ego que é impossível de se desinchar. Mas para não fazer feio, meus pais fizeram questão de aceitar o convite. Nisso minha mãe foi se embelezar toda e meu pai... acompanha-la.

Não sei se estava pronta para ver Valentina. Óbvio que eu queria vê-la, mas algo me dizia que talvez fosse melhor eu ficar em casa, acredito eu que esse sentimento seja passageiro. Por algum motivo eu estava com uma vontade de contar tudo para Valentina hoje, desde a vontade que tenho de beija-la novamente, até que não ligava para essa besteira de "rivalidade". E por fim me decide. Eu iria e falaria tudo que tinha para falar para ela.

[...]

- Filha?! Estamos atrasados, querida! - Meu pai gritava do andar de baixo. Parecia que tinha algo errado, a maquiagem não queria ficar no meu rosto, principalmente o rimel, mas ignorei isso e peguei minha pequena bolsa indo em direção ao primeiro andar. - Que demora foi essa, Luiza?!

- Mil perdões, pai. Vamos? - Minha mãe se aproxima de nós dois raivosa, como se estivéssemos muito atrasados.

- Vamos logo, estamos 10 minutos atrasados gente! - A mulher diz impaciente, fechando a porta atrás de nós, não é como se fosse difícil chegar na casa dos Albuquerque, já que era, literalmente, na frente da nossa residência, era só atravessar a rua e estávamos lá, e foi isso que aconteceu.

Meus pais, como sempre, andando juntos e de mãos quase amarradas uma na outra. Na porta de entrada do terreno tinha dois homens fortes, juntamente de uma mulher mais baixa que eles segurando um caderno e uma caneta, uma fila de pessoas era visível, mas quando íamos nos juntar as pessoas para esperar a nossa vez, a mulher na porta nos chama.

- Senhor, senhora e senhorita Campos? Por favor, faço questão que entrem sem ficar na fila. - Ela diz dando espaço para entrarmos e é o que acontece.

Ao adentramos o terreno dos Albuquerque, foi como se meu coração tivesse sido contraído contra ele mesmo. Eu não queria ficar ali, mesmo após dias e dias criando coragem para falar com Valentina, parecia que eu não estava pronta. Meu pai toma frente e enfim percebo a família ali reunida.

- Senhor Campos! É um prazer recebe-los em minha residência. - Marcos toma frente, o homem por trás do "Senhor Albuquerque".

- Não tínhamos como recusar, o prazer de vir é todo nosso, Marcos. - Meu pai aperta a mão do mais velho sem muita força, enquanto minha mãe abraçava com total gentileza e cuidado a outra mulher ali. E atrás deles, quem eu mais esperava ver.

Caso IndefinidoOnde histórias criam vida. Descubra agora