PRÓLOGO

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Oie
Turu bom?

Esses dias eu pensei num plot e, bom, eles não me deixaram mais em paz. 

Queria deixar aqui registrado que eu usei uma manobra literária da @RobertaMaciel1, o Robertaverso. hahaha 

Pedi autorização, galera. Calma. 

Deixando claro que tudo o que acontecer aqui é fruto da minha imaginação, independente de coincidir ou não com a realidade. 

Espero mesmo que gostem.

Ta? Ta.


*****

- Vocês não têm o direito de fazer isso comigo! - Kelvin bradou a plenos pulmões.

- Somos seus pais, sabemos o que é melhor pra você, filho. - A mulher baixinha e de cabelos pretos se pronunciou, tentando se aproximar de seu único filho.

- NÃO! - Levou as mãos aos cabelos ruivos, os puxando em desespero. - Vocês não entendem?

- Entender o quê?! - O pai do garoto já perdia a paciência com toda aquela cena.

- Eu nunca vou mudar... - a vontade era de gritar, mas a frase praticamente soou como uma súplica para que o compreendessem.

- Vai, sim, meu amor. - A mãe ergueu as mãos na direção do garoto. - Lá eles vão cuidar de você e lembrar das obrigações de um homem, querido.

- E quais são as obrigações de um homem, mãe?! - Desafiou.

- Rolar com outro macho na cama com certeza não é, Kelvin. - O homem alto respondeu de forma brusca, tentando agarrar o braço do filho. - Vamos!

- Eu não vou! - Retirou o braço do agarre do outro de forma brusca. Os olhos estalados e arregalados desafiavam o casal. - Não vou morrer nas mãos de gente hipócrita, que acha que religião é a cura de tudo.

- Amor... - a mulher tentou e foi cortada imediatamente.

- Não me chama assim! - O dedo apontava em riste, sua mão tremia de tristeza e... medo. - Eu não estou doente e nem em uma fase, quer vocês aceitem ou não. 

- Vai desafiar Deus? - O homem gritou em um rompante. 

- Deus me fez a sua imagem e semelhança... - riu sem um pingo de humor, sentindo uma lágrima correr em seu rosto - então eu não sou culpado por ser quem sou e ninguém vai me fazer sentir desse jeito. 

- Deus tem vergonha de você! - Tentou uma vez mais. 

- De mim? - Apontou para o próprio peito. - Deus falou que nós devíamos amar uns aos outros e vocês querem jogar o próprio filho nas garras daquela gente... - respirou entre soluços - E é de mim que Ele tem vergonha?

- Filho, vai ser melhor pra você. - A mulher, que também já chorava, tentou argumentar com as mãos unidas contra o peito. 

- Eu sei o que é melhor pra mim, mãe, e me falarem o que eu devo ou não ser, definitivamente não é o melhor. - Passou a mão sob o nariz, de forma nervosa. - Muito menos com quem devo ficar...

- Você mal saiu das fraldas, o que sabe da vida?! - O homem mais velho deu um passo imponente pra frente. - Você vai subir agora pro seu quarto e amanhã vai para o acampamento de cura do homossexualismo.

- Homossexualidade! - Corrigiu. Petulante, mas sem gritar. - Eu não estou doente para ter um "ismo" no final da palavra, e não sou uma criança. - Riu debochado. - Sei muito mais que você!

- A por favor! - Caminhou para longe do filho, até que virou para a esposa e gritou. - A culpa é sua! Sempre protegeu de tudo e agora ele virou essa bicha petulante!

- Cala sua boca! - Kelvin deu um passo adiante. - A bicha petulante aqui prefere muito mais ser o que é, do que ser um homofóbico escroto, que trai a própria esposa com o padre da paróquia.

Quando ele terminou a frase, soube que estava encrencado. O homem veio a passos rápidos para seu lado, o punho no alto, com certeza pronto para lhe desferir mais um dos tantos socos que já havia recebido ao longo de sua adolescência.

- PARA PELO AMOR DE DEUS! - A mulher agarrou o braço do marido, aos prantos.

Não veria aquilo acontecer novamente. Não sem antes tentar defendê-lo. Agressão não curaria seu pequeno garotinho. 

- Qui é?! - Peitou, engolindo o choro e o medo, face a face com o pai furioso. - Vai me bater, papai? - Ergueu o queixo. - Então bate. Mas bate até matar, porque eu vou fazer da sua vida um inferno se me deixar vivo.

- Não provoca, filho... - ouviu sua mãe suplicar - por favor, kelvin.

- Não... - o sorriso de escárnio que apareceu no rosto do homem fez os ossos de Kelvin gelar de medo. - Você vai ter o que precisa lá... não vou sujar minhas mãos com uma... - mediu o próprio filho dos pés à cabeça.

- Uma o quê? - Ousou.

- Uma bicha amaldiçoada pelo capeta. - Em sua voz havia decepção. - Agora some da minha frente, - falava entredentes - senão talvez eu use a ideia de acabar com a tua raça.

Kelvin foi empurrado como um lixo, caindo e machucando a perna no primeiro degrau. Subiu quieto, não falaria mais nada, pois realmente estava pondo sua vida em risco naquela discussão.

Não queria chorar, mas as palavras de seu pai deram no fundo de sua alma. Era um homem socialmente perfeito, mas no íntimo da casa era um escroto. E mesmo assim era seu pai, quebrar esse vínculo lhe doía de uma forma absurda.

Sua mãe? Uma pobre coitada que sempre ficou calada diante dos absurdos do próprio marido. Aceitava tudo o que o outro falava, apenas respondendo com um "sim, senhor" de cabeça baixa. Não achou que ela concordaria com aquele absurdo, mas foi mais uma decepção. Sua mãe não só aceitou, como concordou com aquela ideia estapafúrdia.

Juntou algumas roupas, algo para comer e uma garrafa de água, enfiando rapidamente na mochila verde neon. Foi então que começou a ouvir os gritos. Seus pais estavam brigando, ou melhor, seu pai estava humilhando sua mãe e logo os golpes começariam a soar.

Sabia disso e não aguentaria mais nada daquele abuso físico e psicológico.

Fugiu pela janela do quarto, deixando apenas as grossas lágrimas que corriam pelo seu rosto para trás.

Se fosse para morrer, então morreria lutando por sua liberdade.

*****

Então? 

Qual seria a reação de vocês?

Segurem minha mão, vai dar tudo certo. 

Não tenho dia para postar, não tenho a história pronta. hahahah 

Não creio que sejam mais que 2 ou 3 capítulos. 

Comentem se assim o desejarem, eu adoro conversar com vocês. 

Ideias? São sempre bem vindas também. 

O que vocês acham que vai acontecer a partir daqui?

bjbj

Cantareira (kelmiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora