1 - Não dói mais

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Oiê

Olha eu aqui.

Gente, vocês vão ver que não é uma história super detalhada. Queria? Queria, mas não tô conseguindo fazer algo muito longo, então optei por fazer algo de qualidade e mais curto.

Espero que gostem.

Eu não sou ligada a nada de exército e coisas do gênero, então se eu escrevi alguma coisa errada, apenas relevem. Eu fiz uma rápida pesquisa só pra saber quem é quem. Hahahaha

Boa leitura, bebês.

**********

O vento batia em seu rosto, fazendo seus cachinhos se balançarem. Os olhos, tal qual os de uma águia, prescrutavam a mata lá embaixo.

Ramiro Neves. Bombeiro há mais de dez anos, estava em busca de um jovem que havia sumido na Serra da Cantareira já tinha quase quarenta e oito horas. 

Faziam uma busca mais abrangente com o helicóptero, pois talvez houvessem sinais do garoto ao longo daqueles mais de sessenta e quatro hectares de terra. 

Era muito tempo para alguém destreinado, Ramiro sabia disso. O local era extremamente traiçoeiro e essas buscas normalmente terminavam por encontrar um corpo, já sem a vida que o levou a chegar naquele lugar.

Ramiro nunca seria capaz de normalizar aquela situação. Sabia que não deveria se envolver tanto, mas a cada vida que se perdia, era um pedaço dele que ia junto. 

Era bombeiro por amor à vida. Prometera, sob o túmulo da irmã mais nova, que nunca desistiria de uma vítima, como haviam desistido dela.

Rose era dez anos mais nova que Ramiro e tinha apenas oito anos quando partiu. Ela havia se perdido na mata também, mas as buscas foram suspensas após muito tempo sem sucesso. No outro dia Rose fora encontrada já sem vida, com claros sinais que que havia partido há poucos instantes.

Quem a encontrou foi o próprio irmão, já pertencente à corporação dos Campos Elísios. Se não houvessem desistido, sua irmã talvez ainda vivesse.

Ele nunca desistiu.

***

- Ramiro, já fazem mais de cinco dias… - Rafael, colega e amigo próximo do Sargento Neves, tenta convencê-lo do óbvio. - Precisamos mudar as buscas.

- Eu não vou desistir dele, Cabo! - Virou-se repentinamente na direção do mais novo. - Nunca desisti de ninguém e não vai ser esse menino que vou deixar pra trás.

- Sabemos que as chances são mínimas. - Suspirou profundamente. 

Não era adepto às desistências também, mas nesse caso em específico, pouco acreditava que a vítima ainda estivesse viva.

Quem buscou o corpo de bombeiros foi uma amiga do rapaz, Roberta, em desespero pelo sumiço do jovem. 

A mulher relatou que o mesmo havia ligado para ela, em total desalento, contando quais eram os planos de seus pais. Segredou sua fuga para a amiga e confidenciou que ficaria escondido até o outro dia pelo menos.

O que ninguém esperava, era que Kelvin fosse se embrenhar mata adentro, sendo totalmente leigo em sobrevivência na natureza. 

Foi o final desta ligação que fez todos os sinais vermelhos acenderem na cabeça de Roberta, pois Kelvin falava qualquer coisa sobre ser livre, quando deu um grito de dor, um barulho de algo caindo em folhas e galhos foi ouvido, bem como o ruído do aparelho batendo nas coisas e depois a ligação ficou muda. 

Cantareira (kelmiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora