2 - Rede de apoio

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Oiê
Olha eu aqui do novo.

Venho lhes informar que Cantareira tem 4 capítulos, 6 se for contar o prólogo e o epílogo.

O capítulo 4 ainda não está escrito, mas... Sabe? Tá tão... Aiai

Bom, espero que gostem.

Boa leitura

*****

Ramiro caminhava com dificuldade pelo chão íngreme, molhado e escorregadio. Na mochila carregava algumas coisas necessárias para quando achasse o garoto. Não tinha uma maca, mas isso seus colegas trariam quando encontrasse Kelvin. 

Chamava o garoto pelo nome, mas sabia que poucas chances haviam de ouvi-lo responder. Kelvin não devia estar consciente mais, do contrário já o teriam encontrado. 

Ele precisa estar vivo.

Sua mente repetia vez ou outra e o impulsionava a continuar caminhando, com olhos de águia em busca de qualquer vestígio. 

E foi assim que encontrou a mochila verde neon pendurada em uma árvore. Correu até ela, pegou o objeto e seus olhos brilharam animados. 

- Boa, garoto! - Sorriu largo e correu. 

Na mochila havia a data do dia anterior e uma flecha apontando para um dos caminhos.

Kelvin está vivo!

Comemorou. 

No entanto, sua alegria durou pouco, pois logo uma chuva forte começou a cair, dificultando muito sua busca.

Dificultou, mas não o impediu.

Redobrando os cuidados e aguçando a visão, seguiu em frente. 

Cada passo dado em direção ao lago fazia seu coração acelerar um pouco mais. 

Sentia que estava perto. 

Tinha que estar perto! 

A chuva deixou a temperatura gelada e isso nem de perto seria algo bom. Cada minuto perdido trazia mais preocupação e aumentava a gravidade de toda a situação. 

Algumas horas mais tarde a chuva já havia cessado, mas fazia com que saísse vapor de sua boca, tamanha queda na temperatura do ambiente. Estava cansado, era verdade e precisava encontrar um abrigo para descansar. De nada adiantaria gastar toda sua energia e não poder ajudar a vítima, ou pior, tornar-se uma. 

Usado seus conhecimentos, conseguiu encontrar um local seguro. Uma pedra saliente, que formava uma cavidade abaixo dela. Correu para o local e não acreditou no que seus olhos viram. 

- Kelvin! - Chamou, mas não houve resposta. 

Correu até o garoto e a primeira coisa que notou foi os lábios roxos. Estava hipotérmico. Logo tratou de tirar a manta térmica para cobri-lo, então começou a busca por ferimento. 

Escoriações pelo rosto bonito, alguns arranhões ao longo do corpo e uma perna quebrada. Estava muito magro e claramente desidratado.

Mas está vivo!

Com o material que tinha na própria mochila, tratou de fazer uma tala naquela perna e ouviu um gemido de dor. Daria trabalho tirar aquele menino daquela situação, mas o mais difícil, que era ele estar vivo, já havia dado certo. 

- Me perdoe, mas eu preciso imobilizar antes que piore. - E foi então que o viu perder a consciência. - Kelvin? - Avançou sobre o mesmo, em busca do pulso. 

Respirou aliviado ao encontrar pulsação, pendendo a cabeça em direção ao peito do rapaz, sem tocá-lo no entanto. Deu-se conta de que seu próprio tronco estava sobre o dele, a mão seguia no pescoço e havia uma sensação de posse que não saberia nunca explicar. 

Cantareira (kelmiro)Onde histórias criam vida. Descubra agora