Encontros Inesperados

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Com relutância, Madeleine ergueu-se e iniciou sua caminhada em direção ao celeiro. Seu corpo dolorido ansiava por descanso, mas ela também desejava aproveitar a oportunidade para apreciar a beleza do mundo natural ao seu redor. À medida que subia a ladeira, o clima esfriava gradualmente, e um vento suave soprava, trazendo consigo um frescor agradável que contrastava com o calor do dia.

A brisa acariciava sua pele, causando arrepios em sua espinha. Madeleine tentou aliviar o frio esfregando os braços, mas sem sucesso. No entanto, sabia que precisava continuar. As manhãs frias naquela região eram algo inesperado, e ela não estava preparada para isso.

Ao entrar no celeiro, o calor a envolveu como um abraço acolhedor. Seus músculos relaxaram e o frio que sentia começou a se dissipar. Esfregando os braços rapidamente para aquecê-los, ela se aproximou da cesta que carregava, notando o silêncio estranho que pairava no ar.

— Que lugar estranho. — murmurou ela, abaixando-se para deixar a cesta aos seus pés.

Uma voz masculina, grave e com sotaque diferente, soou do outro lado do celeiro:

— Isso ocorre porque o celeiro está em um ponto mais alto que o casarão.

Madeleine se virou e fitou o homem à sua frente: alto, robusto, mal vestido e sujo, ele segurava uma ferramenta para mexer no feno. Seus olhos se arregalaram e seu coração quase saltou pela boca. O homem percebeu o susto que causou e logo se desculpou:

— Desculpe se assustei você. Pensei que tivesse sido avisada de que eu estava aqui.

Ainda balbuciando, Madeleine respondeu:

— Está tudo bem, desculpe por entrar sem chamar. Os cavalos fazem barulho demais.

Com um sorriso largo, ela se apresentou e estendeu a mão:

— Desculpe, mas você pode me chamar de Robbie.

Madeleine repetiu o nome do homem alto e retribuiu o gesto, apertando sua mão com firmeza.

— Meu nome é Madeleine Morgan. — disse ela. — Estava indo colher verduras, legumes e frutas da horta. — abaixou-se para pegar a cesta. — Por onde devo ir para chegar lá?

Robbie apontou para o fundo do celeiro e disse:

— Basta passar por aquela porta.

— Obrigada.

Madeleine adentrou o corredor que levava à porta indicada por Robbie, sentindo seu coração se acalmar gradativamente. Ao chegar ao fim do corredor, esticou o braço e abriu a porta de madeira, deparando-se com uma horta maravilhosa. Era enorme e bem organizada, com cercas negras separando as plantações.

Impressionada com a beleza e o cuidado do lugar, Madeleine acreditou que encontraria uma abundância ali, conforme Eileen havia mencionado. Enquanto explorava a horta, observava cada canteiro com curiosidade, lembrando-se das lições de sua mãe sobre cuidar de plantas em casa.

Diante daquela beleza, sentiu-se inspirada a cultivar sua própria horta novamente, vendo na experiência uma oportunidade de crescimento e renovação. Decidiu aproveitar ao máximo o local, colhendo os alimentos frescos que preencheriam sua vida com sabor e vitalidade.

Absorta em seus pensamentos, Madeleine foi surpreendida por outro homem de cabelos grisalhos e olhos profundos que surgiu na abertura entre as estacas, causando-lhe um susto.

— Desculpe o susto. Não percebi que você era nova por aqui. Preciso cuidar dos canteiros.

Madeleine franziu o cenho ao descobrir a passagem desconhecida entre as estacas. Gordon, o homem que a havia surpreendido, explicou, afastando-as e fazendo sinal para que ela o seguisse:

Ventos do LesteOnde histórias criam vida. Descubra agora