Os Conflitos e as Escolhas

11 1 0
                                    


Eileen interrompeu suas palavras abruptamente, como se o chão tivesse se tornado instável sob seus pés. Em um instante, o mundo ao seu redor pareceu se desintegrar, e ela murmurou algo ininteligível, buscando refúgio em um robusto tronco próximo.

Ao presenciar a súbita fragilidade da velha criada, Madeleine largou o cesto que carregava e correu em seu socorro. Eileen emanava calor e apresentava claros sinais de desorientação. Sem hesitar, Madeleine a envolveu em um abraço firme, oferecendo o apoio que ela tanto necessitava.

— Meu Deus! Fique aqui, vou buscar ajuda.

Eileen, com a voz fraca, explicou que era apenas uma dor de cabeça comum em pessoas mais velhas. No entanto, quando o rosto de Eileen perdeu totalmente a cor, Madeleine franziu a testa. Ela observou Eileen em silêncio, e ficou claro para ela que Eileen não estava apenas doente. O pequeno chuvisco que caía não ajudaria em nada.

Sem delongas, a velha criada se ergueu. Respirou fundo e seguiu em frente, determinada a enfrentar o que quer que estivesse por vir. Madeleine a observou por um momento. Sentiu o latejar de seu dedo machucado e o limpou contra as saias de seu vestido. Em seguida, seguiu a velha criada.

O caminho até o casarão parecia interminável. A cada passo, o peso do cesto em seus braços parecia aumentar, como se cada metro fosse uma batalha contra a exaustão. Finalmente, após uma jornada cansativa, avistaram o imponente casarão à distância.

Gordon, ao notá-las, aproximou-se rapidamente. Com um gesto gentil e prestativo, ele tomou o cesto pesado das mãos da jovem. Em resposta, ela expressou sua gratidão com um leve sorriso e um aceno de cabeça, sentindo um alívio profundo ao se ver finalmente livre daquele fardo.

— O que está acontecendo com você? - Gordon gaguejou, olhando para Eileen, dizendo que até pareceu que viu um fantasma.

Gordon arqueou a sobrancelha, deixando escapar um som de protesto, e virou-se para Madeleine enquanto Eileen rapidamente avançava para a porta dos fundos, sem prestar atenção às palavras dele. O criado parecia confuso, querendo saber se havia dito algo errado.

Diante da sua expressão inquisitiva, a jovem respondeu:

— Não, fique tranquilo. Eileen parece estar se sentindo mal e ficou pálida recentemente.

Gordon cuidadosamente colocou o cesto perto da escadinha e desapareceu em um instante, dirigindo-se rapidamente para o celeiro. Enquanto os trovões ecoavam com mais intensidade, Madeleine aproximou-se da porta dos fundos e percebeu que Eileen estava completamente absorta nos preparativos do jantar.

A jovem perguntou:

— Precisa da minha ajuda?

Eileen apenas balançou a cabeça negativamente, e Madeleine soltou um leve suspiro de desapontamento. Decidida a não deixar as roupas mofarem, a jovem caminhou até o cesto com as peças limpas. Começou a estendê-las uma a uma no enorme varal, torcendo para que o vento as secasse rapidamente.

Quando finalmente terminou de estender as roupas, Madeleine enxugou as mãos no tecido de seu vestido e ergueu os olhos para o céu cinza, observando os ventos soprando sobre as copas das árvores altas. Seus passos eram lentos enquanto se dirigia à cozinha. Parou perto da porta para observar em silêncio Eileen, concentrada no trabalho de preparar o ganso cevado que jazia à sua frente sobre a mesa.

A velha criada continuava depenando o ganso com o cenho franzido e a mente concentrada, como havia aprendido com sua mãe. Madeleine observava de longe essa tarefa nova, ciente de que teria que se habituar gradualmente a tantas novas responsabilidades.

Ventos do LesteOnde histórias criam vida. Descubra agora