Um Passeio no Jardim

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Eileen, surpresa ao notar a ausência de seu patrão na hora habitual do café da manhã, saiu para o quintal para iniciar suas tarefas e o encontrou próximo ao celeiro. Aproveitando a oportunidade, ela questionou sobre o paradeiro de Sebastian, que, segundo Cole, havia saído a cavalo logo cedo.

Enquanto preparava o cozido de pato favorito do patrão, Eileen observou Madeleine encostada na porta do quintal, sob o sol radiante que banhava o céu azul com algumas nuvens cinzas dispersas. A jovem soltou um longo suspiro, parecendo perdida em pensamentos sobre o desastre da manhã anterior.

A atmosfera na cozinha era tranquila, apenas interrompida pelo som do caldo borbulhando. Eileen se virou para buscar o tempero caseiro que preparava todas as manhãs, mas sentiu uma tontura súbita e precisou se apoiar na mesa de madeira. Respirando fundo, massageou as têmporas para aliviar a falta de ar e fez um gesto para que Madeleine não se aproximasse. Rapidamente, limpou as mãos no avental.

Preocupada, Madeleine questionou se Eileen estava bem. Sem olhar para a jovem, Eileen respondeu que era apenas uma indisposição passageira. Em seguida, voltou a cortar cenouras em rodelas, enquanto o aroma apetitoso do cozido se espalhava pela cozinha.

— Você já terminou de arrumar a sala de jantar? — perguntou Eileen, virando-se para Madeleine.

A jovem, escondendo suas mãos trêmulas sob o avental, não respondeu. Eileen repetiu a pergunta, dessa vez com mais insistência.

Madeleine sorriu nervosamente, gesticulando que havia cumprido suas tarefas matinais, incluindo a organização da sala de jantar. Eileen concordou com a cabeça e continuou cortando cenouras, enquanto o cheiro do cozido tomava conta da cozinha.

— O patrão deve estar chegando para o almoço. — Eileen sugeriu que Madeleine levasse os pratos para a sala.

Hesitante, a jovem pediu a Eileen se poderia substituí-la no serviço do almoço, alegando que precisava resolver algo importante. Compadecida da situação, Eileen concordou. Dando um abraço caloroso em Madeleine, ela saiu da cozinha com os pratos e talheres, pedindo cuidado para que o cozido não queimasse.

Sabendo da pontualidade exigente de Sebastian, Eileen apressou-se pelo corredor. Ao chegar à sala de jantar, estranhou o ambiente vazio. Ninguém havia chegado e as cadeiras estavam posicionadas ao redor da mesa.

Aproximando-se da mesa, Eileen colocou o prato do patrão na ponta direita, como de costume, ajeitando os talheres com cuidado. Em seguida, voltou para a cozinha para buscar o arroz e o cozido. Ao entrar, viu Madeleine colocando o cozido na sopeira de porcelana inglesa.

Eileen estava prestes a mencionar que o patrão ainda não havia chegado, mas parou abruptamente ao ouvir o som das ferraduras do cavalo no solo. Rapidamente, pegou a sopeira, precisando levá-la para a sala de jantar. Um pouco apressada, ela disse a Madeleine que precisavam se apressar, gesticulando para que a jovem pegasse a sopeira. Caminharam rapidamente e, por sorte, chegaram à sala de jantar antes do patrão.

Eileen notou o desconforto de Madeleine ao terminar de arrumar a mesa. Nesse momento, Sebastian entrou na sala de jantar com uma expressão ríspida, seguido por Jane Davies, filha de Scott Davies, um importante exportador de madeira de Nova York. A jovem, com seus olhos azul-celeste deslumbrantes e cabelos louros lisos, irradiava jovialidade.

Percebendo a necessidade de adicionar mais um lugar à mesa, Eileen pegou um prato dos armários de madeira e o posicionou para Jane, que agradeceu com um aceno de cabeça. Eileen se virou para pegar a concha e servir o cozido, mas Sebastian a interrompeu com um gesto brusco.

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