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Os primeiros ventos gelados do outono sopravam forte contra os galhos das árvores quando Madeleine chegou à porta da mansão Mclachlan, carregando a cesta de legumes que Eileen havia pedido. Ela retirou as luvas e as colocou sobre a cadeira perto da porta, onde depositou a cesta com cuidado para proteger seus dedos delicados do frio.
Ao entrar na cozinha, Madeleine encontrou a mesa arrumada para o chá da tarde, mas o bule de água estava vazio. Com a testa franzida, ela tirou as botas sujas de lama e caminhou até a mesa, seus passos ecoando no silêncio da casa.
Ao perceber que estava sozinha na cozinha, chamou por Eileen, mas não obteve resposta. Preocupada, ela a procurou na sala de jantar, mas a encontrou vazia. Sem hesitar, subiu as escadas que levavam ao dormitório dos criados e caminhou lentamente até o quarto que compartilhava com Eileen.
Ao abrir a porta, Madeleine encontrou Eileen deitada na cama, seu corpo frágil encolhido sob os cobertores. Ela fechou a porta atrás de si e se aproximou da cama com cautela.
Ao ouvir o ranger da porta, Eileen virou-se para encará-la e fez um gesto para que não se aproximasse. Surpresa e preocupada, Madeleine perguntou:
— O que aconteceu? Você está bem?
O rosto de Eileen estava pálido como uma vela branca; ela tossiu fracamente e tentou sentar-se na beirada da cama, sem sucesso. Gesticulando para que Madeleine se afastasse, entre pequenas tossidas, ela disse:
— Não se preocupe, querida. Apenas acordei mal hoje, mas acho que vou melhorar em alguns minutos. Agora, você precisa cuidar das necessidades do senhor.
Eileen insistiu para que Madeleine saísse, acrescentando:
— Vá agora, descerei em alguns minutos.
Aceitando a ordem, Madeleine caminhou até a porta com passos lentos e hesitantes. Antes de deixar o quarto, lançou um olhar preocupado para Eileen, mas sua angústia era impotente diante da proibição de se aproximar da cama.
Descendo as escadas, Madeleine alcançou a cozinha, onde encontrou a massa de pão que Eileen havia preparado, coberta por um pano. Enquanto se aproximava para cuidar da massa, ela percebeu a figura de Eileen parada à porta, observando-a silenciosamente. No momento em que virou-se para encará-la, a surpresa fez Madeleine deixar a massa cair no chão.
— Eileen! O que você está fazendo aqui? Você deveria estar descansando — exclamou Madeleine, correndo para ajudá-la a se sentar em uma cadeira.
Eileen sorriu fracamente e disse:
— Não posso deixar você sozinha com todo o trabalho. Preciso ajudar, mesmo que seja um pouco.
Madeleine ficou comovida com a determinação de Eileen, apesar de sua evidente fraqueza. Ela insistiu para que Eileen voltasse para a cama e descansasse, enquanto ela cuidaria de tudo.
— Não seja boba, Madeleine. Você já fez muito por mim. Agora, deixe-me ajudá-la da única maneira que posso — disse Eileen, com um olhar terno e cheio de gratidão.
Com o coração apertado, Madeleine percebeu que Eileen estava realmente fraca e doente. Ela decidiu que precisaria encontrar um médico para examiná-la e garantir que recebesse os cuidados adequados.
Naquela tarde, enquanto preparavam o jantar para Sebastian, Madeleine e Eileen conversaram sobre o que precisaria ser feito. Elas decidiram que, no dia seguinte, Madeleine iria à cidade buscar um médico para examinar Eileen.
Enquanto conversavam, a cumplicidade e o afeto entre as duas mulheres eram palpáveis. Elas sabiam que enfrentariam desafios juntos, mas também sabiam que podiam contar uma com a outra.
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Ventos do Leste
RomanceNuma vida marcada pela riqueza e monotonia, Sebastian Mclachlan é um homem frio e solitário. Tudo se transforma quando ele decide contratar os serviços de Madeleine Morgan, uma jovem vibrante e cheia de vida. Madeleine, com sua personalidade cativan...