Cap. XII

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- André, como vamos fazer?

- Artur.  Por mim eu devolvo o dinheiro, até porque se ele investigar os outros anos não são só 4 milhões.

- Até posso devolver o dinheiro, mas o caso não termina aqui.  Eu sempre fui dedicado à carreira dele.  Não era para terminar assim, mas eu sei quem é o culpado.

- Os culpados somos nós que não fomos muito honestos.

- Vou-me vingar.  Isto não fica assim.

- Por mim eu devolvo a minha parte e saio da vida deles. Não quero passar pelo constrangimento de ter a minha licença caçada.

- Eu dou-te a minha parte e tu fazes o pagamento completo.  Não que olhar na cara deles nunca mais.

No dia seguinte, André foi até Rodolffo e entregou o comprovativo de transferência de 4 milhões para a conta da empresa.

Pediu desculpa mais uma  vez e seguiu viagem.

Rodolffo conforme prometido retirou a queixa e deu início devolução do dinheiro.

Depois de tudo, Vasco manteve-se no escritório e Rodolffo não fez mais contratações por enquanto.

Juliette ficou satisfeita pelo facto de terem resolvido a questão,  mas sabia que as coisas  não seriam fáceis para o namorado.  A equipa estava reduzida e não tinham quem vendesse o show.  Rodolffo quis tomar o assunto a seu cargo, mas estava ciente que não era viável.
Ou cantava ou tratava das relações comerciais.

Os conhecimentos de advocacia de Juliette levaram-na a vários contactos.

Outrora havia defendido um relações públicas numa questão trabalhista e resolveu telefonar-lhe e pedir ajuda para Rodolffo.

António, assim se chamava o moço, aceitou conversar com Rodolffo e ficar dois meses com ele.  A àrea de trabalho dele era diferente, mas estava aberto a novas experiências.

Como esta semana não haveria show, combinaram encontrar-se no sábado para definir estratégias.

Juliette tinha terminado o seu expediente.  Mais cedo tinha combinado jantar na casa de Rodolffo.

Saiu do escritório,  entrou na carro e dirigiu-se para  casa.

Porque ia voltar a sair não estacionou o  carro na garagem.
Em vez disso, estacionou ao lado de casa em plena via pública.

Abriu a porta do carro e saiu para de seguida sentir uma mão e um pano húmido, na sua cara, dificultando a respiração.

Tentou debater-se, mas perdeu os sentidos de imediato.

Àquela hora não se via ninguém na rua.  A noite já caía e as luzes da cidade já se acenderam.

Juliette não tem noção de quanto tempo se passou até acordar num barracão amarrada e amordaçada.

Olhou em volta e apenas uma luz vinda do exterior entrava pela lateral do barraco. Não havia vestígios de gente.  Com esforço conseguiu retirar a mordaça.

Chamou, gritou, mas não veio ninguém.   Gritou uma boa parte da noite mas foi em vão.

Pela madrugada ouviu o ranger da porta.  Olhou e viu um vulto.

- Como está a princesinha?

- O que queres de mim,  Artur?

- Relacha sua vadia. Vou usar-te para recuperar o meu dinheiro e depois trato de ti. Eu sabia que o teu regresso para o Rodolffo ia ser a ruína dele.

- Tu é que foste a ruína dele, seu ladrãozeco.

- Zásss.  Artur desferiu uma bofetada no rosto da Ju fazendo um pequeno corte nos lábios.

Com os lábios a sangrar e a face da Ju vermelha, Artur fez um video onde pedia 6 milhões em troca dela.

- Quando eu tiver o dinheiro em minha posse, vou usar este corpinho de todas as maneiras e depois largar-te numa esquina qualquer.

- Tu e o teu namorado vão arrepender-se e nessa altura já estarei longe.

- Deixa-me ir, Artur.   Ainda dá tempo.  Eu apareço, invento um acidente e ninguém vai ficar sabendo.

- Não, minha cabra.  Eu quero ver o teu namoradinho desesperado à tua procura e ainda quero os meus milhões.

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