Cap. XIII

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Rodolffo esperou por Juliette conforme combinado, mas ela não chegou.

Fez uma chamada e só dava caixa postal.  Estranhou,  saiu de casa e foi ter com ela.

Mal viu o carro, calculou que estivesse atrasada mas logo percebeu que algo não estava certo.  A  bolsa dela com as chaves de casa e o telemóvel estavam no banco traseiro e a chave do carro estava caída junto à porta.

Entrou em pânico.  Deu uma volta pelos arredores da casa mas nem sinal dela.

Disposto a ir à polícia ouviu a notificação de mensagem no seu aparelho.  Ligou e viu o vídeo que Artur lhe enviou onde pedia os seis milhões e o mandava aguardar por nova mensagem.

Tentou ligar, mas do outro lado nem sinal.  Ficou desesperado ao ver a Ju machucado e foi até à delegacia de polícia, onde apresentou queixa por sequestro.

Juliette passou o dia todo sózinha no barracão.   Tentava a todo o custo libertar-se, mas a cada tentativa ficava com os pulsos mais feridos.

Artur apareceu de novo à noite.  Ela pediu um pouco de àgua tendo ele despejado a garrafa sobre a cabeça dela.
Ela tentou captar a pouca àgua que escorreu pela face e cabelos.

Artur tentou gravar novo vídeo em que ela suplicasse a Rodolffo que pagasse os seis milhões,  mas ela não o fez.
Em troca recebeu novos tapas começando a sangrar do nariz, o que sujou completamente a roupa.

Rodolffo estava na delegacia quando recebeu o novo vídeo com a Ju mais machucada.

Já tinha dado indicações de morada, nr de telemóvel e placa do carro do Artur.

Um carro com 2  agentes já tinham ido a casa dele não encontrando ninguém.

Juliette passou mais uma noite presa naquele barracão escuro.  Mais cedo quando Artur veio ela percebeu um ferro pontiagudo bem perto dos seus pés.

Nessa noite ela estava determinada a tentar fugir.  Forçou tanto uma das cordas das mãos que finalmente ela cedeu um pouco e conseguiu libertá-la.

Esticou-se o suficiente para puxar o ferro com um dos pés. Segurou-o e colocou-o na lateral do corpo.  Soltou a outra mão e percebeu que estava bastante dolorida e sangrava.

O dia lá fora já amanheça,  mas dentro do barraco ainda estava escuro.

Retirou as cordas dos pés quando ouviu a porta ranger.

Voltou a pôr as cordas sobre os tornozelos e pulsos e esperou ele entrar.

Vinha furioso porque tinha percebido que a polícia já o procurava.

Chegou perto dela e baixou-se colocando-se sobre o seu corpo.

- Agora vais ver o que vou fazer.  O teu namoradinho quer brincar comigo?  Então vamos brincar os dois.
Tentou beijá-la e ela mordeu-o levando um tapa de seguida.  Tentou tirar a blusa dela e enquanto tentava beijá-la no pescoço e ombros, ela pegou o ferro pontiagudo e cravou-lho no pescoço.

Sentiu o sangue dele sujar-lhe a cara e peito e ele caiu para o lado com falta de ar enquanto o sangue jorrava através do ferro cravado.

Juliette aproveitou e embora debilitada correu para o exterior e para trás do barracão.   Olhou em volta e estavam no meio de um arvoredo.  Correu o que pôde, descalça por entre as àrvores e quando se sentiu perder o fôlego parou para respirar.

Olhou para trás e não vendo ninguém, agachou-se junto a uma àrvore.  Depois de recuperar o fôlego, levantou-se e olhou para escolher a direcção que ia tomar.

Com os pés magoados pelas cordas e também pelos galhos e picos do mato, foi caminhando por um pequeno carreiro.

Rodolffo estava no carro da polícia.   Haviam conseguido rastrear o carro de Artur através do GPS e o mesmo levava-os para fora da cidade.

3 kms após saírem da cidade o aparelho indicava o carro dentro da mata a uns 600 mts.

Rodolffo e os policiais seguiram a pé com cautela.  Não sabiam com que contar.

Avistaram o barracão e logo na entrada o carro de Artur.

Seguiram cautelosamente havia algum sangue na entrada e também na porta que estava aberta.

Não ouviram qualquer barulho.  No interior encontraram Artur perto da porta, com o ferro cravado no pescoço.  Verificaram e ainda estava vivo, mas nem sinal de Juliette.

Me conta o restoOnde histórias criam vida. Descubra agora