Rodolffo olhou em volta e a única coisa que viu foram os sapatos de Juliette.
Correu para o exterior e gritou o nome dela mais alto que pode.
Olhava o chão e procurava os vestígios de sangue que pudessem dar-lhe alguma indicação.
Os vários polícias seguiram e dispersaram-se na mata.
Artur foi enviado para o hospital numa ambulância.
Rodolffo chegou onde a quantidade de sangue era maior. Era o local onde Ju estivera a descansar.
Numa àrvore, uma marca de mão. Seguiu por ali, chamando o seu nome constantemente.
Juliette ouvia o seu nome ao longe. Já sem forças , não entendia se era verdadeiro ou fruto da sua imaginação. Sentou-se no chão e caiu sobre um amontoado de galhos secos.
Os olhos teimavam em fechar-se, mas ela sabia que tinha que continuar. Vencida pelo cansaço deixou-se ficar.
As dores nos pés e mãos eram insuportáveis.Rodolffo corria a cada pingo de sangue que descobria, seguido por dois policiais.
- ACHEI!!!
Juliette estava no chão sem reacção.
Rodolffo tomou-lhe o pulso e segurou-a no colo, dando-lhe tapinhas no rosto.
- Acorda, amor. Sou eu. Estás salva daquele monstro. Acorda.
Aos poucos ela foi retomando a consciência e Rodolffo pegou nela ao colo, regressando à estrada onde uma ambulância os esperava.
Prestados os primeiros socorros, seguiram para o hospital onde tiveram a notícia de que Artur chegou sem vida.
Juliette acordou, olhou em volta e percebeu onde estava. Olhou para o lado e Rodolffo segurava a sua mão adormecido com a cabeça junto ao seu braço. Ela moveu a mão e ele acordou.
- Amor! Estás bem?
- Tenho dores.
Rodolffo chamou a enfermeira que adicionou antibiótico ao soro.
- Já vão passar as dores, disse a enfermeira. Tome essa àgua que está aí na mesinha.
Rodolffo alcançou o copo e ajudou-a a beber.
A enfermeira saiu e Rodolffo fez festinhas no rosto dela.
- Desculpa.
- Tu não tiveste culpa. Aquele tarado queria magoar-te e usou-me. Espero que seja preso.
- Ele morreu, Ju. Perdeu muito sangue.
- E agora? Vou presa.
- Claro que não. Agiste para te defenderes.
- Como me encontraram?
- Depois eu conto. Agora só precisas de descansar.
- E tu? Há quanto tempo estás aqui?
- Eu descanso enquanto tu descansas. Fica boa, amor.
Dei-lhe um beijo nos lábios e ela voltou a adormecer.
O fim de semana chegou e com ele os shows.
Eu não estava confortável para viajar e deixar Juliette sózinha.Estava na minha casa desde que saira do hospital e estava com licença do trabalho dela.
- Eu não quero ir viajar e tu aqui.
- É o teu trabalho, amor. Eu fico bem. Só preciso sarar melhor os pulsos e tornozelos. De resto estou bem.
- Mesmo assim. Como é que eu posso dar tudo ao meu público se não estou bem?
Toda a gente viu as notícias que correram sobre o assunto. Nas entrevistas vão perguntar, as pessoas vão falar.- E tu vais responder como sempre sem fugir do assunto.
Gravamos um vídeo sobre o assunto e depois não respondemos a mais perguntas, queres?- Achas bem?
- Acho que é a melhor solução.
Ainda assim. Custa-me ir e deixar-te.
- E se eu te acompanhar?
- Sério? Tinhas coragem de ir?
- Está decidido. Eu acompanho-te nos próximos shows. Não vou trabalhar, mesmo!
- Obrigado, amor. Amo-te muito.
Demos um beijo apaixonado e fomos arrumar as malas.
Nessa noite senti que ele conseguiu dormir sem sobressaltos. Desde o ocorrido que vinha tendo pesadelos.
Acordei com Rodolffo abraçado a mim. Tentei sair do abraço e ele apertou-me mais. Chamei-o baixinho, mas ele estremeceu.
- Dormiste bem?
- Hoje dormi, mas agora estava a sonhar que te tiravam de mim.
- Ninguém me vai tirar de ti.
- Eu sei. Não vou deixar.
Continuámos ali abraçados um ao outro apenas curtindo o momento enquanto o dever chamava porque faltava poucas horas para viajar.