Capítulo 2: Ecos de uma Noite Agitada

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Na quietude sombreada de seu quarto, o sono de Oliver estava longe de ser pacífico. Seu rosto, iluminado pelo fraco luar, estava contorcido em angústia. Sussurros de um pesadelo cintilavam em sua expressão – lampejos do olhar indiferente de sua mãe, a sensação avassaladora de abandono e uma solidão sufocante que parecia pressioná-lo.

Lágrimas escorriam por suas bochechas enquanto ele se debatia na cama, preso ao medo. Cada respiração era uma luta, um grito silencioso por um conforto que ele nunca conheceu. Suas pequenas mãos agarravam os lençóis, os nós dos dedos brancos, enquanto ele soluçava baixinho, um som de vulnerabilidade pura e angustiante.

Acima dele, Aria se mexeu, seu sono perturbado pelos sons fracos de angústia. Ao despertar e perceber a fonte, seu coração se apertou. Ela se inclinou, ajustando os olhos à luz fraca, e o que viu a atingiu profundamente. Lá, nas sombras, estava uma pequena figura trêmula, uma criança tão consumida pelo medo que a abalou até o âmago.

"Oliver?" a voz de Aria era um sussurro, carregada de preocupação. Ela desceu rapidamente de sua cama, seus movimentos ágeis, mas suaves. Estendeu a mão, acendendo o abajur, lançando um brilho suave e confortante no quarto.

Vendo-o de perto, Aria pôde realmente entender a profundidade do terror de Oliver. Seus olhos estavam arregalados, brilhando com lágrimas não derramadas, refletindo uma dor intensa demais para alguém tão jovem.

"Oliver, sou eu, Aria", disse ela suavemente, sentando-se ao lado dele. "Você não está mais sozinho. Pode me dizer o que está errado?"

Sua voz tremia enquanto ele sussurrava: "Era sobre minha mãe... ela não... ela não me queria."

Ouvindo a dor em suas palavras, os instintos maternais de Aria se intensificaram. Ela levantou Oliver suavemente, aconchegando-o em seus braços. Seu corpo estava rígido no início, um contraste marcante com a suavidade com que ela o segurava. Lentamente, ele relaxou, seu rosto encontrando conforto entre os seios dela.

"É aqui que você pertence, Oliver", sussurrou Aria, sua voz cheia de calor. "Bem aqui, seguro comigo."

Oliver sentiu uma profunda sensação de segurança ao se aconchegar mais, o ritmo constante do coração de Aria sob sua bochecha. O calor do abraço dela o envolveu, um casulo de segurança e cuidado que ele tanto desejava.

Aria o balançou suavemente, acariciando seu cabelo. "Você é tão corajoso, Oliver, mas não precisa enfrentar tudo sozinho."

Os soluços de Oliver começaram a diminuir, suas lágrimas desacelerando enquanto as palavras dela o envolviam. Ele murmurou, sua voz abafada contra ela, "o-obrigado..."

Segurando-o, Aria sentiu uma conexão profunda, um vínculo protetor se formando entre eles. Ela percebeu naquele momento o quão importante isso era – não apenas para Oliver, mas para ela também. Ela era sua guardiã, sua consoladora, alguém que poderia oferecer a ele o afeto que ele desesperadamente precisava.

"Eu sempre estarei aqui. Sempre que você estiver com medo, eu vou te proteger", ela prometeu, sua voz um voto suave no quarto silencioso.

Conforme os soluços de Oliver começaram a acalmar em seus braços, Aria deitou-se gentilmente ao lado dele na cama, ainda segurando-o perto. Ela sussurrou suavemente, suas palavras uma canção de ninar calmante no quarto mal iluminado.

"Shhh, está tudo bem, pequeno. Estou aqui por você. Não vou te deixar", murmurou Aria, sua voz imbuída de ternura. Ela sentiu seu aperto se apertar levemente, um reconhecimento silencioso de sua promessa.

Sentindo seu corpo relaxar gradualmente, ela continuou: "Você pode dormir, querido. Eu ainda estarei aqui quando você acordar. Você está seguro comigo, sempre."

Inocência OfuscadaOnde histórias criam vida. Descubra agora