A luz suave da manhã de domingo entrava pela janela do dormitório, lançando um brilho pacífico que contrastava fortemente com a atmosfera tensa dentro do quarto. Aria, Oliver e Roxy estavam todos acordados, cada um perdido em seus próprios pensamentos, os ecos do conflito de ontem ainda pairando no ar.
O silêncio da manhã foi quebrado pelo comentário cortante de Roxy. Ela se virou para Oliver com um olhar de irritação. "Podemos ter uma manhã sem você sendo tão patético? Já é ruim o suficiente estarmos presos no mesmo quarto."
Oliver, ferido pela aspereza de suas palavras, sentiu uma onda familiar de ansiedade. No entanto, impulsionado por uma coragem recém-descoberta, ele reuniu sua força e enfrentou Roxy, sua voz tremendo, mas determinada. "E-Eu sinto muito, m-mas... o que eu fiz para v-você me o-odiar?" Seus olhos, amplos e sinceros, buscavam uma resposta no olhar implacável de Roxy.
Roxy olhou para ele com uma mistura de desprezo e irritação. "Não preciso de motivo para não gostar de crianças estúpidas. É bem simples," ela respondeu bruscamente, suas palavras afiadas e dispensáveis.
O coração de Oliver afundou. Ele mordeu o lábio, lutando para segurar as lágrimas que ameaçavam transbordar. A dor era evidente em seus olhos enquanto ele lutava para manter a compostura sob o olhar desprezível dela.
Aria, testemunhando essa troca, interveio com um tom protetor em sua voz. "Roxy, já chega," ela afirmou. "Você não pode continuar tratando o Oliver assim."
Roxy deu um sorriso sarcástico para Aria. "Ah, vindo da Srta. Perfeita que acha que pode mandar em todo mundo?"
Aria, inabalável, continuou. "Isso não tem nada a ver comigo. É sobre você achar que está acima de todos porque seu pai é um figurão."
O rosto de Roxy escureceu de raiva. "Você acha que eu me importo com meu pai ser um figurão? Ele nunca se importou comigo. Ele só está envolvido agora porque não quer o escândalo da filha sendo expulsa."
A emoção crua na voz de Roxy revelou seu ressentimento e dor profundos. "Eu não preciso dele. Sempre me defendi sozinha. Não dependo da influência dele ou de mais ninguém."
O silêncio chocado que seguiu a abrupta saída de Roxy deixou o quarto envolto em estupefação. Aria se virou para Oliver, seus olhos cheios de uma mistura de preocupação e admiração. "Você foi muito corajoso enfrentando ela assim," ela disse suavemente, sua voz imbuída de orgulho genuíno.
Oliver, com a cabeça baixa, mexendo nas mãos, um sinal claro de sua luta interna. "Eu não enfrentei de verdade," ele murmurou, quase inaudível. "Eu... Eu queria chorar quando ela disse aquelas coisas."
Aria se ajoelhou à altura dele, encontrando seu olhar. Ela o envolveu em um abraço acolhedor. "Pequeno, ser corajoso não é sobre não sentir medo. É sobre enfrentar as coisas apesar de estar com medo. E foi exatamente isso que você fez," ela o tranquilizou, sua voz uma melodia suave na atmosfera tensa.
As emoções de Oliver, contidas por tanto tempo, finalmente se libertaram. Lágrimas escorreram pelo seu rosto enquanto ele o enterrava no peito de Aria, buscando consolo em sua presença reconfortante. Seu pequeno corpo tremia com o peso dos soluços, cada um liberando o medo e a dor que ele vinha carregando.
As mãos de Aria acariciavam gentilmente seu cabelo, seus movimentos ternos e tranquilizadores. "Tudo bem ter medo, e você não precisa enfrentar tudo sozinho," ela sussurrou, suas palavras um escudo protetor contra a dureza do mundo. "Estou aqui para você, sempre. Não importa quão assustador algo seja, você sempre pode encontrar abrigo em meu abraço."
Nos braços dela, Oliver encontrou um refúgio, um lugar onde seus medos e dúvidas eram entendidos e aceitos. O abraço de Aria era um testemunho de seu vínculo, uma promessa de apoio inabalável e compreensão.
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Inocência Ofuscada
Fiction généraleO que aconteceria quando um menino de 9 anos fosse inteligente demais para o seu próprio bem? Esse é o caso de Oliver: sendo incrivelmente inteligente para sua idade, ele foi direto para a faculdade. Todos o veem como um gênio, mas esquecem que, ant...