Rediny 3

capítulo 7

Natalie.

Minha cabeça gira quando acordo, minhas mãos estão doendo como se tivesse presa em algum lugar. Por que eu estaria presa? Não fiz nada para isso. Abro um dos olhos de cada vez, aos pés de uma grande cama a um garoto, ele chora sem olhar para mim.
Vejo que minhas duas mãos estão presas, como se eu tivesse algum motivo para estar presa. Bom, eu não me lembro de nenhum motivo para isso... Perai! Quem eu sou mesmo? Porque nesse ambiente tudo é tão triste?

- Psiu... - chamo o garoto - porque eu estou presa?

Ele pula em cima de mim, me abraçando. Por que ele está me abraçando? Eu. Não. O. Conheço! Será que ele é um assassino psicopata que me prendeu aqui?

- Natalie eu sinto muito. - ele me olha nos olhos. Sinto algo, não sei especificar o que, talvez reconhecimento.

- Então fale isso para Natalie! - grito me debatendo - me largue seu maluco!

- Natalie? - seus grandes olhos verdes se desfocam para outro lugar, algo atrás dele. - Você não é a Natalie?

Reviro os olhos tentando me soltar. Esse garoto é maluco, não pode bater bem da cabeça. Estou presa com um maluco, quem é Natalie? Céus, e se ele tentar me matar?

- Olha moço, se me soltar não vou contar para ninguém que me prendeu. Juro. É só me soltar agora e vai sair tudo bem. - sussurro.

O garoto levanta em um pulo, sai correndo do quarto azul. Logo uma garota loira entra, seu rosto está manchado com rímel, ela senta na cama me analisando por vários minutos. Agora tenho dois assassinos.

- Lembra de mim não é? Charlotte.

Pronto. O povo é piradinho, primeiro me chamam de Natalie, depois de Charlotte.

- Vocês estão me confundindo com alguém. Não me chamo Natalie e nem Charlotte. - suspiro tentando me levantar.

- Não - ri ela nervosa - meu nome é Charlotte.

- Charlotte você parece uma pessoa legal, essas cordas estão machucando meus pulsos, pode por favor me soltar. Eu juro que vou embora e me esquecerei de que vocês existiam.

- Não! - grita ela - mas você me conhece, conhece o Jack, Sam, Kyle, Freya. Você se lembra da sua mãe?

- Sim... Eu acho - vagas lembranças de minha mãe aos meus 4 anos, ela morreu em um acidente de carro quando tinha 5 seu nome era... era... Eloísa? Elisa? Evone? É alguma coisa com E, tenho certeza. - O nome dela era Evangeline.

- Era? - pergunta ela confusa.

- Sim... Ela morreu quando eu tinha 5 anos, deixou eu e meu e irmão sozinhos. - afirmo com dor.

- Droga! Você lembra quem é Jack? Ele é seu namorado.

Ri.

- Não. Meu namorado é o Will, nós dois estamos juntos a mais ou menos um ano. Não conheço nenhum Jack.

- E nem me conhece - ela começa a chorar.

- Oh, moça - digo exausta - eu não queria fazer a senhora chorar, é que eu não sei quem você é. Não posso nem te consolar.

Um garoto loiro entra no quarto junto com outro com cabelos pretos, o único garoto no qual eu senti uma conexão sumiu.

- Natalie... - grunhi irritada. Se eles querem falar com essa Natalie, que falrm com ela não comigo! Que droga.

***

Jack.

- Não foi nada querido. - diz ela - vai voltar para casa agora?

- Não! Você pediu um pouco do meu sangue em troca de tirar a maldição de Natalie - fuzilo - apagou as memórias dela também?

- Não. A maldição apagou as memórias dela. Eu não fiz nada além de ajudar aquele fedelha...

- Não me teste...

- Eu e seu pai queremos você de volta filho. Queremos você em casa onde é seu lugar. - diz com a voz doce. Nem parece a mulher de jaleco branco que vivia andando pela casa.

- Pegue meu sangue e suma da minha vida. - digo virando o rosto.

Estendo minha mão para ela. Sinto uma pequena picada depois nada.

- Eu sinto muito querido.

- Pelo que?... - foi quando senti minhas mãos ficarem dormentes, minhas pernas ficarem dormentes. - Não!

Me concentro no seu cordão enrolado no seu pescoço fazendo ele subir. Ela fica submersar no ar enquanto me concentro em aperta cada vez mais o cordão. Eu. Não. Vou. Voltar. Para. Aquele. Lugar. Nunca!

- Joseph... - sua voz é fina enquanto ela vai mudando de cor.

Sabia que não deveria ter confiado nela. Salvou Natalie só para depois poder me levar com ela.

- Jack para... - a voz de Natalie ecoa na minha mente - você não quer fazer isso. Está cego pelo ódio, só respire e largue sua mãe.

- Ela vai me levar! Você não entende.

***
Natalie.

Uma sensação estranha tomou conta de mim. Eu não sei o que, é como se de alguma forma eu precisasse fazer algo.

- Lembra de mim? - pergunta o cara com cabelos negros e olhos violeta.

- Não... Ér... Qual é o nome do garoto que estava aqui primeiro mesmo? - pergunto. A sensação está cada vez mais esquisita.

- O Jack? Você lembra do Jack? - pergunta Charlotte animada.

- Não. É que ele, tem uma senhora com ele e ele ta tentando matar ela... - digo confusa. Eu não me lembro de ter visto isso, não lembro nem de ter conhecido esse Jack.

- Ta se lembrando? - pergunta o garoto que diz que se chama Sam.

- Eu preciso que me soltem. - Bato minha cabeça na parede colocando toda a minha força nas mãos - me solte agora mesmo! Eu preciso.

- Por que?

- Eu não sei! Só quero que me soltem. - grito. Coloco mais forças nas correntes. Se eu podesse ter a chave, poderia destrancar elas fácil, ou nem uma chave um clips só. É fácil. Foi aí que a tranca se abriu soltando minhas duas mãos.

- Acho que ela lembrou - diz Charlotte dando um passo para trás.

Corro para a porta pulando por cima de Sam, o outro garoto tenta me segurar mas consigo lhe dar um chute no estômago. Não me pergunte como fiz isso, nem eu sei co o fiz isso. Abro a porta correndo para um lugar que não conheço, mas, que está me puxando para ele.

Acabo em uma porta vermelha, quando abro me dou com as imagens que estava rodando na minha cabeça. Só que o tal de Jack está com os olhos fechados agora, a mulher está no chão tentando recuperar o fôlego.

- Isso é muita doidera. Muita doidera para um dia só, para ser específica para uma vida inteira. - sussurro me agachando também.

- Querida. - cantarola a mulher - eu me chamo Rosa, sou a mãe do Jack.

- Por que você estava flutuando?

- Ah, é que eu estava tentando ver se tem alguma luz aqui. - a porta atrás de mim se fecha.

- Como você conseguiu flutuar daquele jeito?

- É porque eu sou muito habilidosa, não quer saber como fazer aquilo? É só confiar em mim e eu irei lhe ensinar tudo que sei.