>Prólogo<

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Osamu Dazai

Ah... A "pacata" cidade de Yokohama. Em que todos acordavam tão cedo apenas para ver o belo pôr do sol. A cidade em que a Agência de Detetives Armados nunca descansaria enquanto estivesse protegendo-a.

Mas como eu não falo pela agência, acordei às 8h da manhã como todos os dias, tomei um banho rápido (obviamente meu único do dia), troquei as ataduras (única vez que faço isso durante a semana), recolhi umas duas garrafas de vinho do futon (tinha umas doze espalhadas pela casa) e fui para o trabalho.

Obviamente, que eu cheguei apenas 10h da manhã. Pensei que Kunikida iria comer meu fígado quando eu entrasse por aquela porta.

Mas não. A movimentação da agência estava estranha, e muito tensa. Todos pareciam meio nervosos ao me verem entrar por aquela porta.

-Bom dia gente! Que caras de enterro são essas? Quem morreu?

Perguntei, todos me olhavam meio apreensivos, coisa que eu estranhei.

Cheguei mais perto de Atsushi, que não havia notado minha presença ainda, mas também parecia apreensivo.

-Atsushi-kun! Bom dia. O que aconteceu?

Perguntei um pouco mais sério, e Atsushi me notou. Ele parecia preocupado.

-Dazai-san, justamente quem esperávamos... você precisa ver isso.

Fiquei nervoso, mas acompanhei Atsushi até a sala da Yosano. Pensei que talvez pudesse haver alguma vítima ferida esperando para participar de um interrogatório, ou algo do tipo.

Quando eu cheguei, havia apenas o Presidente Fukuzawa, Ranpo, que estava chupando um pitulito e Yosano na sala, que cerrou os olhos na minha direção no exato momento que entrei, confuso.

-Bom dia, gente, Atsushi disse que queriam me ver, o que aconteceu?

Yosano estava com alguma coisa nos braços, enrolado na manta.

-Osamu Dazai, isso aqui aconteceu.

Ela retirou a manta de cima da "coisa".
Era um bebê. Não dava para saber se era menino ou menina, mas tinha cílios grandes e os poucos cabelos que tinha eram castanhos. Era bem branquinho e tinha sardas quase invisíveis.

-Tá... um bebê. O que isso tem a ver comigo?

Ranpo tirou o pirulito da boca, me olhando. Ele estava usando seus óculos. Ele se aproximou de mim e me entregou uma carta.

-Não precisei da carta. Mas o que tem a ver, é que essa bebê é sua.

Minha?! Arregalei os olhos em espanto. Encarei o envelope da carta por alguns instantes, e abri.

"Caro Osamu Dazai.

Toma essa porra aí.

Atenciosamente, Ryomi Ishida"


Respirei fundo e pragejei

—Puta merda... tô fodido.

Kunikida, que estava do lado de fora da sala, me ouviu e cambaleou para trás.

—COMO ASSIM "TÁ FODIDO"? ELA É SUA MESMO? ALGUÉM TEVE FALTA DE AMOR PRÓPRIO O SUFICIENTE PRA FAZER SEXO COM VOCÊ??

Me senti um pouco ofendido, mas concordo um pouco com ele. Óbvio, eu sou uma delícia, mas essa Ryoko...digo, Ryomi se odiava, e muito.

Yosano colocou a pirralhinha no meu colo, e eu encarei ela. Ela estava acordada, e seus olhos cinzentos eram bem brilhantes, bem diferentes dos da mãe, que eram cinzentos e sem vida. Seus olhos me lembravam os de outra pessoa...

Ela sorriu para mim. E eu senti algo estranho. Ver um sorriso banguelo daquela pestinha me deixou esquisito, e eu tentei "aconchegar" ela. Tive sucesso. Ela pegou no sono

—Tá bom...a praguinha dormiu. O que eu faço agora?

—Pelo amor de Deus... Osamu Dazai...

Yosano franziu o cenho e bateu a mão na testa com desdém à mim.

O presidente continuava quieto, parecia pensativo

—Dá teus corre, cara.

Ranpo deu de ombros e saiu da enfermaria

—Dazai, venha conversar comigo na minha sala depois.

O presidente saiu da enfermaria também.

Eu tô fodido.

~♡~

☆My Girl!☆-{Dad Dazai AU-Soukoku}Onde histórias criam vida. Descubra agora