CAPÍTULO 5

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— Precisará de mais alguma coisa, ya Somow'el?Ameerah?

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— Precisará de mais alguma coisa, ya Somow'el?Ameerah?

Kara olhou para o homem magro e moreno, com o rosto semelhante a um falcão, que estava em pé diante dela, a linguagem corporal denotando reverência. Chamara-a de Somow'ei Ameerah.

De novo.

Não conseguia se identificar com aquilo e achava que jamais conseguiria. Todos diziam Somow'ei Ameer desde que haviam saído de seu edifício, de seu país. Ele cumprira a palavra de tirá-la de lá e transformá-la em Somow'eiAmeerah.

Alteza real.

Farooq agitara sua varinha mágica e fizera dela uma princesa.

Invadira sua vida e a virara de cabeça para baixo. Arrancara-a de sua casa, de seu país, de tudo o que conhecia e a levara para o desconhecido. Não para uma visita. E, já que não tinha ninguém, duvidava que algum dia voltasse... Estava a bordo do jato dele, a caminho de Istambul e não havia como escapar, agora ou nunca.

Ameerati!

Lembrava-se bem dele. Estivera lá quando conhecera Farooq, era sua sombra.Seu nome era Hashem e Farooq lhe dissera para pedir o que precisasse a Hashem em sua ausência. Era o único em quem Farooq tinha confiança absoluta.

Ameerati... está sentindo enjôo com o voo? — Kara negou com um gesto de cabeça. — Por favor, não hesite me pedir o que quiser. Maolai Walai 'ei Ahd quer que tenha tudo o que precisar até ele se juntar a vossa alteza.

Do que chamara Farooq? Maolai Walai 'ei Ahd...Sabia bem o que significava. Literalmente, meu senhor sucessor do Trono, o príncipe herdeiro.

Mas como acontecera? Um ano e meio atrás, ele era o segundo na linha de sucessão ao trono. O que acontecera ao primeiro? Outro pensamento deu maior relevância à informação. O rei estava muito doente e, se morresse... Farooq seria, em breve, o rei. E ela passaria de simples srta. Kara para somow 'el Ameerah epara Maolati 'l Malekah em pouco tempo.

Malekah, rainha.

Arquejou com o absurdo de tudo aquilo e começou a rir descontroladamente, assustando Hashem tanto quanto a si mesma.

Ameerati.

O assombro dele, a maneira como continuava a chamá-la de "minha princesa" aumentou o absurdo de tudo aquilo e a risada cresceu num ataque de histeria.

— D... desculpe, Hashem, estou... estou apenas...

Não adiantava, era incapaz de parar de rir, de respirar o suficiente para dizer alguma coisa que fizesse sentido. O homem ficou lá, observando-a até ela se recostar no assento, estremecendo com o fim do ataque histérico.

— Deus, você deve me achar uma idiota completa.

— Não acho nada disso — refutou ele, a voz um fluxo de simpatia que a abalou.

DESERT - Romance TurcoOnde histórias criam vida. Descubra agora