Capítulo 23

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Nunca passei tanto medo em minha vida, quanto passei nessas últimas 24 horas com o sumiço de minha pequena

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Nunca passei tanto medo em minha vida, quanto passei nessas últimas 24 horas com o sumiço de minha pequena. Estava angustiado com a demora para encontrá-la, me sentia profundamente culpado por ela ter fugindo.

Para muitos eu sou um monstro pela minha forma de lidar com os problemas e as pessoas, tão frio, eles dizem. Eu até concordo e gosto que me chamem assim pelas minhas costas mas em relação a minha filha, tento ser o melhor pai do mundo.

Minha docinho de mel é tudo na minha vida, e graças a Deus ela chegou em segurança em casa, e agora está tudo bem. Quando a vi, corri para abraça-la e beijei seu rosto todo, ouvindo aquela risada sapeca que eu tanto senti falta.

Percebi o quanto Noah ama minha filha de verdade. Ninguém fingiria tão bem se importar com alguém assim, principalmente com uma criança.

Vi o quanto o moreno ficou desesperado e se culpando pelo sumiço de Luna, mas na realidade o culpado era apenas eu. Se não tivesse cego pela minha arrogância, tudo isso teria sido evitado. Eu realmente devo um pedido de desculpas à ele, pelas minhas atitudes, e por julgá-lo tão mal.

Um peso enorme foi tirado de meu coração, quando Luna adentrou pela porta da frente acompanhada de alguns policiais. Me senti o homem mais feliz desse mundo, meu bebê vai receber um belo de um castigo, para que o ocorrido não se repita novamente. Noah estava mais que certo em advertir ela.

Após os polícias irem embora, dei um banho na baixinha e pedi a Noah que ficasse com Luna enquanto eu resolvia algumas coisas, assim que deixei o moreno brincando com minha pequena no quarto dela, desci para o meu escritório rapidamente, minha mãe veio logo atrás ao meu encontro sorridente.

- Como está Luna? - Me pergunta e eu estranho o seu sorriso.

- Está bem agora, dei um banho em Luna e agora Noah está brincando com ela no quarto - digo enquanto entramos em meu escritório. Sento em um estofado que está no canto da sala, minha mãe fecha a porta e senta ao meu lado.

- Gostei desse tal Noah. Aparenta ser um bom rapaz. - diz como se não quisesse nada mas eu sabia que tinha alguma coisa ali.

- Sim, ele é.

- E Bonito não é? - Pergunta com um sorriso no rosto.

- Sim, ele é. - murmuro em tom baixo.

- Sinto que ele daria um ótimo companheiro para qualquer um que se interessasse. - Finge inocência. — E um excelente pai, percebi como ela trata minha neta. Eles parecem se amar.

- Ela daria um ótimo companheiro, mas não para mim. - digo já me irritando com o rumo que aquela conversa estava tomando.

Dá última vez que amei e confiei em uma pessoa, fui traído dá pior forma possível. Sei que Noah e minha falecida esposa não se comparam. Mas acho que o moreno precisa de alguém que vá dar valor a ele, e não um desgraçado quebrado, egoísta e sem coração.

- Sabe do que eu estava me lembrando?

- O quê, mãe?

- Do dia em que você chegou para mim, todo tímido e disse que também gostava de garotos.

- Não começa, dona Ursula.

- Ah mas eu vou começar sim! - ela diz e mesmo sem ver, consigo sentir um sorriso debochado - Aquele garoto, o Noah.

- O que tem ele?

- Sei que existem vários homens de índole ruim mas Noah é diferente, eu sinto isso. Você achou um homem de verdade, meu filho. O jeito que vocês ficaram felizes pelo aparecimento de Luna, pareciam que vocês eram um casal de verdade. Dê muito valor para ele!

- Mãe pode parar. Da última vez que você me arrumou alguém, deu uma merda das grandes, se lembra muito bem o inferno que vivi. A única coisa boa daquela farsa toda foi Luna.

- Vai passar a vida toda me jogando isso na cara mesmo?! - minha mãe se queixa

- Mãe por favor, não é nada disso. Só não estou procurando relacionamento agora, quando eu estiver preparado vai acontecer, sem a interferência de ninguém!

- Filho ingrato. - dona Ursula murmura chorosa. - Você é quem sabe, está perdendo um homem em tanto. E que homem.

- Mãe?! - a encaro chocado por suas palavras, ela sorri e se levanta, indo em rumo a porta. Dona Ursula abre a porta, e no mesmo segundo, alguém cai para dentro da sala.

Sorrio malicioso com a cena a minha frente. O motivo da conversa está caído no chão do meu escritório, está corando, totalmente envergonhado. Fico o encarando com os braços cruzados contra meu peito, admito que estava me divertindo com sua cara.

- Levante-se desse chão, querido. - Minha mãe pega suas mãos e o ajuda a se levantar. Fico me perguntando o que Noah chegou a escutar da nossa conversa.

Sei que ele não é bobo e nem nada, já deve ter percebido que meu casamento com Taylor era uma farsa, não existe fotos nossas em nenhum canto dessa casa. Em uma crise de raiva queimei tudo.

- M-me desculpa, eu juro que ouvi quase nada!  - Pede Noah com as bochechas coradas e as mãos juntas em um pedido.

- Tudo bem querido. Não estávamos conversando nada de mais, né Josh? - minha mãe olha para mim com um sorriso brincando em seus lábios.

- É o que parece - Digo fingindo irritação mas no fundo, eu realmente queria que o moreno tivesse escutado tudo.

- Bom. Vou deixar vocês conversarem a sós. - dona Ursula diz antes de sair do escritório, ainda com o sorriso estampado no rosto, a mais velha fecha a porta atrás de si e em seguida aponto uma das poltronas para Noah se sentar.

- Eu juro que não ouvi muita coisa, eu não sei nem de quem vocês estavam falando. - sorri nervoso e eu nego com a cabeça.

- Está tudo bem, Noah. - me aproximo lentamente de sua cadeira com os braços ainda cruzados entre o peito e susurro - Nós dois sabemos que você escutou mais do que deveria.

- E-eu... - vejo ele engolir seco, totalmente perdido, era até fofo.

- Como eu disse anteriormente, está tudo bem.

Fico o olhando envergonhado, todo coradinho, seu perfume suave chega até mim e sorrio vendo o moreno morder o lábio interior chamando minha atenção, e me lembro que quase o beijei em sua casa.

Fazia um bom tempo que eu não me afetava com pequenos gestos de alguém como os de Noah. Perto dele acabo baixando a guarda, e sinto coisas que, sinceramente, quero enterrar bem no fundo da minha alma corrompida pela vida.

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