Oceano

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Quando estou quase dormindo alguém entra no meu quarto abrindo bruscamente a porta.

- ô merda ninguém bate na porta mais não? - falo assustado com o barulho

Vejo Dulce me olhar assustada e logo me arrependo pela falta de educação.

- Porque o pager tocou para seu quarto? Tem alguma emergência?

- Não - olho confuso para ela

- Que porra Uckermann. Eu estava indo deitar e o pager chamou para seu quarto.

- Acho que você se enganou dra Saviñon ou... Ou queria uma desculpa para me ver - digo segurando o riso

Ela cerra os olhos para mim

- Vai se ferrar

- Estou brincando estressadinha. Desculpa pela falta de educação achei que fosse outra pessoa. - lhe ofereço um sorriso de canto

- Olha, você sabe pedir desculpas? - ela diz debochando - achei que só falasse besteiras - ela da um sorriso divertido.

- Quando eu falei besteiras na sua cama você não reclamou - mordo o lábio inferior segurando o riso.

Vejo Dulce ficar vermelha e arregalar os olhos.

- Calma Dul é brincadeira - dou uma risada

- Você é bem engracadinho né Uckermann? - ela se aproxima da minha cama - vou mandar suspenderem sua medicação para dor - ela comprime os lábios tentando falar sério.

Cerro os olhos para ela.

- Você não seria capaz de tamanha crueldade

- Me irrita para você ver - ela me olha desafiando

- Não é possível caber tanto ódio dentro de um ser tão pequeno - eu tento segurar a risada.

- Diga adeus aos remédios Christopher - ela diz se virando para porta

No impulso seguro Dulce pelo pulso, talvez com um pouco mais de força do que eu imaginei o que a faz virar para mim se desequilibrando e caindo sobre meu corpo.
Nossos olhares se encontram e posso sentir minha respiração descompassada.

- Desculpa - falo roucamente

- Ah não machucou - ela diz sem tirar os olhos do meu.

É uma sensação estranha. Simplesmente não consigo parar de encarar ela. Dulce é como um oceano cheio de mistério, mas ao mesmo tempo tem seus encantos. Seu olhar é intenso, não tinha observado atentamente isso antes. E eu, particularmente, sou apaixonado pelo mar.
Seu rosto é milimetricamente perfeito. Os lábios avermelhados dão um tom angelical e ao mesmo tempo tentador. A pouca maquiagem mostra sua beleza natural o que a deixa ainda mais bonita.
Sem controlar minha vontade passo a mão por sua nuca e a puxo para um beijo. Deslizo minha língua por seus lábios pedindo passagem. Por um milésimo Dulce parece resistir, mas logo coloca as mãos em meu rosto e cede espaço para minha língua que vai de encontro a sua o que faz nosso beijo ter perfeita sincronia. Eu nem sabia que queria tanto beijar sua boca até estar beijando. Afundo minha mão em seu cabelo e com a outra acaricio seu rosto. É um beijo com desejo, mas ao mesmo tempo calmo. Exploro toda extensão de sua boca e quando o ar fica escasso paro o beijo puxando seu lábio inferior. Dulce encosta sua testa na minha e da um sorriso tímido.

- Se alguém entrar aqui eu perco meu emprego - ela fala quase sussurrando tentando recuperar o fôlego.

- Relaxa, meu pai é o dono do hospital. Eu jamais deixaria que te mandassem embora - falo olhando para seu rosto.

Dulce abre os olhos arregalados e se afasta de mim com a expressão surpresa.

- O que? Seu pai é o dr Vitor Casillas?

- Sim Dul. Achei que tivesse percebido quando ele entrou aqui mais cedo gritando. Inclusive desculpa por isso também.

- Eu fiquei tão envergonhada que não reparei em quem entrou no quarto. - ela diz deixando transparecer uma leve preocupação em seu rosto.

Ficamos alguns segundo em silêncio e vejo seu olhar encarar o chão fixamente.

- O que foi? - pergunto com dúvida

- Nada... - ela diz e ainda posso sentir um incômodo em sua voz - Acho melhor eu ir embora. Você precisa descansar - ela diz se afastando e indo até a porta.

- Dulce não vai. Fica comigo essa noite - eu peço meio confuso.

Porque eu quero que ela fique? Não sei dizer, mas sei que quero ela perto.

- Uckermann você já é bem grandinho para ter acompanhante e não - ela diz dando um leve sorriso - e não vamos transar no hospital. - ela solta uma gargalhada.

- Não seria uma má ideia - dou um sorriso malicioso - E eu sei que sou grandinho... É que... - suspiro - é que eu não gosto muito de hospitais - digo meio sem graça e posso sentir meu rosto esquentar.

- Christopher Uckermann o cara que não tem medo de dirigir bêbado tem medo de hospital? - ela dá uma risada - vai querer que conte uma historinha também bebê? - ela faz voz de criança.

- Ha Ha Ha muito engraçadinha - falo fazendo bico.

Ela se aproxima da minha cama e me um selinho. Sou pego de surpresa e vejo que ela também fica sem jeito com a ação. Dou um sorriso para demonstrar que gostei da atitude.

- Quando eu tinha 11 anos cai andando de skate e fraturei 3 costelas. Tive uma lesão no pulmão - falo levantando a blusa e mostrando minha cicatriz para ela - precisei de uma cirurgia de emergência. Minha mãe estava viajando a trabalho e meu pai... - fico em silêncio por alguns segundos. Não gosto de falar sobre a relação de merda que tenho com Vitor - meu pai estava aqui no hospital, mas não conseguiu um tempo em sua agenda para vim me visitar - dou uma risada irônica.

Dulce passa os dedos delicadamente sobre minha cicatriz o que me causa um arrepio pelo corpo todo.

- A sutura foi perfeita. É quase imperceptível a cicatriz.

Ela parece ficar admirada com o trabalho do médico que me operou. Acho que isso é coisa me médico porque meu pai tambem elogiou quando viu.

- Seu pai não veio nem te ver depois da cirurgia? - ela me diz com um olhar piedoso.

- Não. Mandou um de seus internos perguntar como eu estava - digo olhando para o chão.

Dulce segura meu rosto em suas mãos. Claro que ela percebeu que tenho problemas com meu pai e não sei até que ponto isso é bom. Ela já sabe mais de mim do que quase todo mundo e eu quase não a conheço. Mas algo na Dulce me dá uma sensação de conforto e tranquilidade.

- Eu fico bebezinho - ela aperta levemente minhas bochechas - prometo te trazer um balão da ala pediátrica amanhã - ela não contém a risada.

- De ursinho, por favor! - digo entrando em sua brincadeira e rindo.

Dulce gargalha e é a risada mais linda que já vi e ouvi. Era quase algo angelical e não consigo parar de olhar fixamente para ela. Com certeza estou com cara de bobo.

Ela vai cessando a risada a me encara tímida.

- O que foi? - ela pergunta sem jeito.

- Nada... - falo perdido em seu olhar.

É praticamente impossível estar perto de Dulce e não flertar com ela.

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Sou muito boiolinha desses dois 🤏🏻💖

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