Pensamentos desordenados

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Depois da conversa que tive com Maite meus pensamentos ficaram desordenados. Eu podia ouvir meus batimentos em meus ouvidos. Tinha acabado de admitir que estava apaixonado por Dulce, mas não sei até que ponto isso seria bom. Ela é uma mulher linda, de personalidade forte, com o olhar mais intenso do mundo. Acredite ela poderia te fazer pedir misericórdia somente com o olhar, mas ao mesmo tempo tinha algo de encantador.
A realidade era que Dulce é um mistério e isso me intrigava.

Meu cérebro parecia uma massa gelatinosa por conta de tantos pensamentos unidos ao cansaço da última semana que eu apaguei no sofá do meu escritório.

Acordei depois de algumas horas assustado, como se eu tivesse dormido por um dia inteiro. Quando abri os olhos senti as luzes da sala queimarem minha retina. Por quanto tempo eu dormi? Levanto ainda confuso e pego celular em cima da mesa. Ver que tinham dez ligações de Anahi, mensagens dela e Christian fez com que meu coração disparasse e me despertasse rapidamente. Será que estava tudo bem com Dulce? Desbloqueio sentindo minhas pernas trêmulas e meu coração na garganta. Tomo coragem e abro a mensagem de Anahi.

💬 Anahi
Estou tentando falar com você Uckermann, mas acredito que deva estar fazendo algo mais interessante 🙄
Dulce acordou!

Comecei a rir como um bobo e logo gargalhei por estar com os nervos a flor da pele. Ela acordou... Saio quase correndo da minha sala esbarrando em algumas pessoas que estavam pelo caminho. Passo por Alfonso que faz menção de falar algo, mas como estou apressado, escuto ele murmurar alguma coisa de longe. Chego em frente ao quarto de Dulce bato na porta e entro. Me perco totalmente em seu olhar e sinto como se meu coração fosse pular para fora da minha garganta. Quando a vejo não penso em mais nada além de beijar sua boca. Dulce tem o beijo mais quente e mais doce que eu já experimentei na vida, era como droga e eu estava viciado. Encosto minha testa na sua enquanto tentamos regular nossa respiração.

- Eu achei que fosse perder você - digo ofegante.

Dulce não diz nada e toma minha boca novamente em um beijo, mas dessa vez com calma, se agarrando em meu pescoço como se ela quisesse ter certeza que o momento estava acontecendo. Puxei seu corpo contra o meu e colei meu tórax contra seu peito demonstrando todo sentimento que eu podia oferecer para ela naquele momento; saudade.
Eu estava com saudade do seu sorriso, do seu toque, do seu beijo, até das brigas e de quando ela me matava com o olhar. Logo o beijo foi esquentando e eu praticamente deitei meu corpo sobre o dela. Eu sabia que ela jamais transaria comigo dentro do hospital, mas eu não tinha forças para sair de seus braços. Quando meus beijos desceram por seu pescoço, Dulce soltou um gemido abafado e eu estava por um fio de perder todo o autocontrole que me restava.

- Araam - alguém pegarreou atrás de mim

Eu conhecia aquela voz. Maldito Poncho. Não tinha outra hora para ser inconveniente não?!

- Dra Saviñon acredito que já esteja tudo certo com a senhorita - ele diz debochando.

Vejo Dulce corar e tragar saliva com certa dificuldade o que me causou um leve incômodo.

- Dr Herrera - ela acena com a cabeça.

- O que você quer Poncho? Não está vendo que estamos ocupados? - digo a última frase entredentes para que ele se toque.

- Ah claro me perdoem. Te vi correndo pelo corredor e achei que fosse alguma emergência, mas vejo que está tudo bem - ele diz se afastando - se vocês forem transar sugiro que tranquem a porta do quarto - ele da uma gargalhada.

Dulce arregala os olhos com o rosto completamente vermelho e eu solto uma risada maneando a cabeça.

- Seu amigo além de babaca não tem noção - ela diz irritada - não tem nem vinte quatro horas que eu acordei de um coma e ele já conseguiu me irritar - ela revirar os olhos.

- Alfonso só está brincando - sorrio fraco - Mas ele é sem noção às vezes admito.

- Às vezes? Você quer dizer sempre né?! - ela cruza os braços bufando.

- Ei relaxa Dulce. Foi só uma brincadeira - vejo que ela continua com a feição irritada e respiro fundo antes de fazer a próxima pergunta - Mas o que te incomodou? A brincadeira ou o fato dele saber que... - hesito em completar a frase. Nós temos o que mesmo? - de saber que nos beijamos? - a olho atentamente.

Dulce parece tensionar todos os seus músculos por um momento. Ela estava tensa com a ideia de termos algo?
Em seguida ela parece relaxar porque o vinco que se formou entre suas sobrancelhas se desfez. Odeio não conseguir decifrar o que ela estava pensando. Ela era um mistério até em suas expressões.

- Claro que foi pela brincadeira. Eu não dou essa liberdade para ele - ela desvia o olhar do meu e sorri sem graça.

Sorrio de volta em concordância e logo mudamos o assunto. Falei para ela sobre tudo que o que a polícia tinha de informação sobre o carro que à atropelou e ela ficou bem frustrada em saber que não se tem praticamente nenhuma pista sobre quem fez isso.

Continuamos conversando e era muito fácil ficar envolvido quando Dulce falava sobre qualquer assunto. Entre um assunto e outro eu lhe fazia carícias no rosto e roubava alguns selinhos para poder observar seu comportamento, mas bastou Anahi entrar no quarto que Dulce mudou a maneira como estava se portando.

- Duuuuul eu trouxe algumas coisas para passar no seu rosto - Anahi disse saltitante.

- Any já te disse que é falta de educação entrar sem bater - Dulce diz desconfortável.

- Desculpa - Anahi sorri sem graça - eu só estou empolgada que você acordou, mas posso voltar outra hora e...

- Não! - digo a interrompendo - não precisa ir embora Anahi, acho que quem esteja sobrando aqui sou eu - me levanto - bom fico feliz que você esteja bem Dulce e vou aproveitar que está na companhia de Anahi e ir para casa.

Vejo Anahi olhar fixamente para Dulce como quem quisesse dizer alguma coisa, ela até arregalava levemente os olhos.

Depois de alguns segundos de um silêncio desconfortável decido me retirar. Deixo um beijo na testa de Dulce e antes que eu pudesse me afastar ela segurou minha mão me puxando para perto do seu corpo.

- Obrigada por ser importar - ela disse baixinhos olhando em meus olhos e me deu um selinho demorado.

E eu sorri. Sorri como um idiota apaixonado e realmente? Foda-se, eu estava mesmo.

Sai daquele quarto mais leve que uma pluma. Sentindo todos os meus músculos tremerem e meu coração saltitar.

Vou em direção ao estacionamento e vejo Sarah me fuzilar com os olhos. Se ela tivesse como me queimar vivo, com certeza faria. Sinto um arrepio na espinha e apresso meu passo.
Chego em meu carro e sento em frente ao volante. Passo a mão por meus lábios lembrando do beijo que Dulce me deu na frente de Anahi. Sorrio novamente e dirijo para casa.

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