Capítulo XII

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As horas se passaram devagar.

Quando vi, o sol já estava se pondo com um vislumbre alaranjado, igual meu cabelo. Por isso eu sempre gostei dele, não importa oque diriam; todos gostavam de fotografar e ver o por do sol, mas quando é meu cabelo que é laranja, é feio?

Cutuco Kageyama no ombro, e ele resmunga como um velho.

- Hummmhhhh - Ele se vira pro lado, se encolhendo.

- Hey, você disse pra eu acordar você - Digo, cutucando mais seu ombro. - Não quero sair sozinho! Vamos, vamos!

- Cala a bocaaaaa - Ele tampa o rosto, resmungando bastante - Aaaaaaaa.

- Cala a boca você e levanta logo, seu preguiçoso - Eu nem sabia de onde eu tirei tanta intimidade, mas, eu simplismente falava todas essas coisas com muita naturalidade. - Vamos logo, vai tomar um banho que você tá fedendo.

- Eu não tô fedendo.

- Cheira aí então.

Ele abre os olhos e levanta um braço, se cheirando. A cara dele fica mais rabugenta ainda.

- Droga! - Ele exclama.

- Droga, vai tomar banho, droga - Imito sua cara e sua voz, me levantando da cama em um pulo. - Vai lá, droga-droga.

- Shiu - Ele se levanta, esfregando o rosto com sono e vai direto pro banheiro, só encostando a porta. Estranhei, mas não é como eu tivesse reclamando.

O barulho do chuveiro dá pra ouvir de fora do quarto, e já vou calçando meus tênis e arrumando o cabelo bagunçado, cantarolando uma música da banda. Bocejo um pouco, por que nem consegui dormir com a entidade mais linda que eu já vi do meu lado (como vou passar mais dois dias assim?)

Pai nosso que estais no céu....

Mas minha oração é interrompida pela voz abafada de Kageyama dentro do banheiro.

- Shoyo, pega uma toalha pra mim.

PEGARUMATOALHAPRAELE? TA DE SACANAGEM COMIGO, DEUS?

- Meu Deus - Digo sussurrando. - Meu Deus, meu Deus.

Eu preucuro uma toalha, mas sinceramente minhas bochechas parecem tão quentes que eu sinto que vou explodir em fumaça.

Pego a toalha branca do hotel mesmo, olhando pra baixo igual um nerd que não sabe falar com mulher (só que ao contrário), abro a porta e estendo a mão com a toalha.

Ele se aproxima, por que consigo ver sua sombra.

Ele para quase na minha frente e pega a toalha.

- Obrigado - Ele diz com a voz mansa - Agora pode ficar de boa.

Olho para seu rosto e puta merda, parecia uma capa de resvista pornô. O cabelo molhado, os ombros grandes e musculosos, o rosto alinhado com um pequeno sorriso fofo e os olhos azuis olhando nos meus. Achei que ia surtar? Sim, e queria muito, mas isso seria muito estranho MESMO.

- De nada - É oque eu consigo dizer com MUITA, MUITA dificuldade.

Eu vou saindo do banheiro, mas ele toca em meu pulso com delicadeza; suas mãos estão mornas e meio enrugadas do banho. Elas normalmente são frias, mas estavam tão mornas e macias...

- Pega uma roupa pra mim, eu já separei.

- Eu não, eu em - Digo, saindo do banheiro me sentindo um grande bobo idiota o maior idiota.

Ele sai logo atrás de mim, cata uma blusa e um short e veste. Olho para a paisagem de San Diego enquanto isso.

- Estou pronto - Ele passa um perfume que parece ser caro na minha percepção de pobre fudido, e tem um cheiro amadeirado;

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