'-' Cap 17: Irmão.

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🌙 Mitsuki On

Tive que desligar o telefone, eu estava no carro da polícia sendo levado até o orfanato da Vila do Som. No caminho, me explicaram o que ia acontecer.

Iriam me deixar em um lugar seguro, iriam coletar um DNA meu para o teste e em alguns dias iriam começar a busca pelos meus pais biológicos, depois disso entraríamos em um tribunal pela minha guarda legal, então depois disso veríamos se eu voltaria para a Vila da Folha ou não, espero que sim.

Sobre o Boruto ser o Boru, eu já suspeitava apenas pelo nome, mas depois que o conheci e tem os mesmos traumas que eu e ainda teve o mesmo sonho, já não tinha tantas dúvidas. E depois que ele me perguntou na escola sobre mim do passado, tive a certeza de que era ele, mas não sabia o que fazer, pois ele ainda não lembrava do próprio passado.

Assim como ele, eu já havia me esquecido dessa história, mas por algum motivo, relembramos um do outro e começamos a nos procurar de um modo discreto.

Eu não sei o que ele viu naquele incêndio, temos visões diferentes sobre isso. Mas logo colocaremos em dia, logo logo...

– Certo Mitsuki, bem vindo a sua nova casa. – Disse um policial ao sairmos de dentro do carro.

O orfanato era de um tamanho mediano, feita de madeira escura e um belo jardim a sua frente, sendo protegida por um portão de grades pretas.

Nós adentramos o local e preenchemos alguns papéis para que eu ficasse lá por alguns meses, até essa história se resolver.

Me despedi dos policiais e com minha mala de roupas e pertences e com o violão nas costas, fui até o dormitório masculino. Um grande cômodo com beliches e camas solo. Em uma parede, cômodas, três penteadeiras e alguns guarda-roupas.

Eu nunca me imaginei aqui. Em um lugar como esse.

Por que será que meu pai biológico me deu pra aquele cara? Será que foi mesmo sequestro ou ele não tinha condições para me criar? Ele se assustou quando me viu depois do incêndio? Foi isso? Então resolveu me dar pra qualquer um?

Pensar assim me dói um pouco.

– Pode por suas roupas e coisas no último guarda-roupa e cômoda. – Instrui uma funcionária. – Sinta-se a vontade. – Foi embora.

O piso e detalhes eram de madeira cinza, as paredes que eram pra ser brancas estavam meio cinzentas e o lugar parecia velho e podia cair sob nossos pés a qualquer momento.

Decidi não me importar muito em desfazer as malas, eu não vou ficar por muito tempo. Eu vou sair daqui com o meu verdadeiro pai em pouco tempo.

Deixei a mala no canto do quarto, e fui até a enorme única janela de madeira no final dos corredores de beliches e camas solas. A visão de lá, além do céu azul, o enorme pátio onde crianças de várias idades brincavam.

Sinceramente, eu não sabia o que fazer ali. Não queria me inturmar. Não queria sair, mas infelizmente é obrigatório ficar fora do quarto a não ser que tenha que pegar algo.

Então, decidi explorar o prédio. No final do corredor dos quartos, um enorme banheiro conjunto. Algumas cabines com a vasos sanitários e chaveiros, uma longa pia com torneiras e espelhos, claramente tinha três estantes com toalhas e lençóis e armários para alguma coisa.

De frente para a porta do quarto masculino, o feminino. Que não era diferente, mas elas souberam personalizar do jeito delas. Como desenhos, cores, pinturas, decorações artesanais... Os meninos daqui não devem ter tanta criatividade decorativa.

Do outro lado da escada principal para os quartos, salões de aulas básicas. Uma sala para português, uma para matemática e uma para biblioteca e brinquedos. No fundo deste mesmo corredor, a direção do orfanato.

Clichê - MitsuBoru Onde histórias criam vida. Descubra agora