A sala estava em total silêncio, e como não estaria.
O Dom da Noruega esperava alguma reação após sua proposta ser lançada à mesa.- O que me diz? - seu sotaque carregado quebra o silêncio. - Só temos a ganhar com essa aliança.
- Ela é apenas uma criança! - Anne diz calma.
- Mas não será daqui a 13 anos. - a esposa do dom diz com um sorriso amigável. - Imagino que nem todos aceitem ela como uma filha legítima. Mas com nossa ajuda, ela terá um valor.
Outra vez, silêncio. Podíamos ver como Pedro se segurava para não partir para cima do Dom, mas também víamos como a verdade das palavras da esposa do mesmo o atingiu. Isabela era legítima, para nós. Mas para o concelho... Era algo a ser discutido.
- Imaginem que orgulho ela trará sendo a primeira Dama da família Loretzen?! Tendo ligação direta com a monarquia e sendo um membro da família real.
- Cristian tem 12 anos agora, já está em treinamento para assumir seu lugar como Dom da Noruega. - diz a esposa do Dom. Sim, na Noruega era uma monarquia constitucional, em meias palavras, o rei comandava, mas tinha a ajuda do parlamento elegido pelo povo, para comandar o país, e a máfia comandava todos. - Qual menina não sonha em ser princesa?
- Vejo que trouxe seu ponto mais do que ensaiado. - Miguel fala pela primeira vez. - O que quero saber é o porquê de uma aliança tão direta? Vocês mesmo acabaram de dizer que a criança é uma bastarda.
- Sabemos que a Suíça não tem uma aliança forte com vocês. Sabemos também que nessa briga o lado vitorioso será o seu. Por que não arriscar uma aliança direta? Temos o título e vocês o poder. Nossa rota é a mais segura para seus negócios, e vocês podem nos dar a proteção, como também lucros.
- Entendo... - Miguel bebe seu whisky. - E quem me garante que minha sobrinha será bem cuidada e aceita? - me ajeito na cadeira ficando ereta, como eles podem estar falando assim? Isa não era uma mercadoria, era uma criança!
- Ele só aceitará se esse for o desejo de Pedro. - Ivan diz em meu ouvido. - E ele tem razão, Isa seria mais aceita lá. Lembre-se que tratados como esse são comuns.
- Mas não deveria. - falo entre dentes bebendo meu vinho.
- Não se esqueça que Anne foi dada ainda na barriga.
Isso me irrita mais, para eles, nós mulheres éramos como moeda de troca, leve uma esposa e em troca, poder. Isso era revoltante. Crescer sem o direito de escolher com quem teria que dividir o resto da vida, era algo que parecia cruel demais.
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Apostas ao Subchefe - Trilogia Bartolini - Livro II
RomanceJuly Lorenzo nunca entendeu o porque de sua irmã ter sido Prometida ao Dom. Cresceu escutando como ela deveria se portar, vestir, andar, e até mesmo o jeito de comer. Irritava saber que logo sua irmã, aquela que sempre sorriu, cuidou, e a protegeu...