Capítulo 2

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Pov - Lauren Jauregui

Me chamo Lauren Michelle Jauregui Morgado, tenho 28 anos e sou intersexual devido algumas complicações que minha mãe teve durante a minha gestação. Sou uma pessoa que já sofreu muito na vida por conta da minha condição, sempre fui motivo de chacota na escola, as pessoas não entendiam que eu não tenho culpa por ter nascido assim. As pessoas me viam como uma aberração que não tinha sentimentos, todas as noites chorava por isso, meus pais sempre me deram muito amor devido a isso. Eles sofriam por me ver nessa situação, sempre me protegeram, mais nem sempre adiantava muito.

Quase não tinha amigos, ninguém queria ser amiga da aberração da escola, mas teve um dia que uma garota me protegeu e depois disso nos tornamos melhores amigas. Tenho ela na minha vida até hoje, Normani é o nome dela, a pessoa que me acolheu em meio ao caos que era minha vida.

Hoje posso dizer que sou uma mulher forte, por mais sofrimentos que eu tenha passado, não deixei isso arruinar minha vida. Sempre tive as melhores pessoas ao meu lado me dando amor e me mostrando que o preconceito vem de pessoas que não merece minha consideração e nem meu sofrimento.

Atualmente estou solteira, pela minha condição achei que nenhuma garota se interessaria por mim, isso garota, sou lésbica assumida. Mas durante a universidade fiz muito sucesso entre as mulheres, todas queriam ter a experiencia de ficar com uma mulher com pênis. Aproveitei bastante esse período, nesse meio tempo tive dois relacionamentos sérios mas que não deu certo, sou uma pessoa muito emotiva, amo dar e receber carinho. Minha última namorada, terminamos pelo fato dela não querer algo mais sério comigo, estávamos juntas a três anos, queria uma família, casar, ter filhos. Mas isso não estava nos planos dela. Depois de um tempo nossa relação se desgastou e optamos por terminar.

___Lauren, você está em qual planeta minha amiga. _ Saiu dos meus pensamentos com a voz da minha amiga Normani.

___O que foi Mani? _ Pergunto assim que volto minha atenção a ela.

___Estou te chamando a um tempão e você ai olhando pro nada. _ Ela diz e ri da minha cara.

___Só estava pensando na vida. _ respondi sem da muita importância para a implicância dela.

___Esta bem. _ Dito isto ela sai e volta ao trabalho.

Sou dona de uma cafeteria que fica próxima ao parque, aqui faz muito sucesso. Todas as pessoas que passam pelo parque, sempre passam aqui também, é muito bom o movimento. Por mais que sou a dona, sempre gosto de ajudar. Trabalho na parte de administração, mas gosto de atender meus clientes também. Saiu dos meus pensamentos quando ouço o sino da porta avisando que tinha chegado mais um cliente. Quando olho vejo uma mulher cadeirante, todo meu estabelecimento era todo adaptado para promover mais conforto as pessoas com necessidades especiais, a mulher em questão era linda, acho que linda era pouco para descrever sua beleza, ela era perfeita parecia um anjo. Vejo ela se direcionar a uma mesa e antes que alguém vá atendê-la sigo em sua direção

___Olá bom dia, o que a senhorita deseja? _ Pergunto assim que me aproximo dela.

Ela me olha rapidamente e me encara com aqueles castanhos que me prende, linda, incrivelmente linda.

___Bom dia, gostaria de um café expresso e para acompanhar, pode ser sugestão da casa. _ Ela diz assim que percebe que demora algum tempo para responder, dou um sorriso vendo ela toda envergonhada com as bochechas coradas de vergonha.

___Anotado senhorita, logo trago seu pedido. _ Disse e me retirei, aproveitando para anotar o pedido de outra mesa.

Fico observando-a de longe, como pode uma mulher ser tão perfeita como ela. Solto um suspiro, não passando despercebido por minha amiga.

___O que foi branquela, por que essa cara de cachorro abandonado? _ Ela diz e ri da careta que fiz pelo que ela disse.

___Nada Mani. _ Desconverso, porque conhecia bem a amiga que tinha, era capaz dela ir até a moça e dizer a ela.

Ela me dá um olhar desconfiado, como se não tivesse comprado a desculpa. Mas não diz nada também. Logo vejo o pedido dela pronto e antes da minha funcionária levar eu pego e vou até a mesa dela.

___Aqui esta o seu pedido senhorita. _ Ela se assusta levemente com minha chegada.

___Obrigada. _ Me agradece com um sorriso tímido, sorrio em resposta e me afasto.

Volto para o balcão e lá estava Mani me olhando, é acho que agora não escapo. Mani sabe que eu nunca levo os pedidos até as mesas, somente anoto.

___Quem é aquela Michelle? _ Diz num tom debochado com um sorriso nos lábios.

Dou um suspiro frustrado e respondo

___Não sei Mani, mais gostaria de saber, nunca vi uma mulher tão linda assim. _ Respondo verdadeiramente.

___Quer que eu descubra pra você? _ Ela pergunta atenciosa, sem fazer nenhuma brincadeira.

___Não precisa Mani, mas abrigada de todo jeito. _ Agradeço com um sorriso, Mani sempre foi preocupada com meu bem-estar. Ela é meu anjo da guarda.

___Mani vou para meu escritório, se precisar de mim estarei lá. _ Depois disso sigo em direção a minha sala.

Sento em minha cadeira, mas não consigo me concentrar pois um par de olhos castanhos vem a minha mente me fazendo suspirar.

Sublime Love - CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora