𝓞𝓼 𝓕𝓲𝓵𝓱𝓸𝓼 𝓭𝓮 𝓒𝓪𝓻𝓵𝓲𝓼𝓵𝓮 𝓒𝓾𝓵𝓵𝓮𝓷

𝘾𝙖𝙥𝙞́𝙩𝙪𝙡𝙤 𝟭𝟰 - 𝙏𝙤𝙢𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙤 𝘾𝙤𝙣𝙩𝙧𝙤𝙡𝙚

 Parada no meio daquele salão, o sangue dentro de seu corpo fervendo, queimando como fogo por todo seu corpo. Ele a deixou plantada lá, sozinha com os Volturis. De novo. A ovelha no meio dos lobos. Mais uma vez. Mergulhada em seu choque, apenas voltando à realidade ao sentir o toque sutil de Jayme em seu ombro, ela estava tão confusa quanto Hellen. Elas discretamente olharam em volta ao perceber os outros vampiros sussurrando entre si, encarando Hellen e fazendo suposições sobre Harry.

Eles não sabiam quem Jayme era, mas isso não parecia importar para nenhum deles no momento.

— O que acabou de acontecer? — murmurou Jayme.

— Eu não — Hellen ainda estava atônita diante do choque. — Harry nos deixou.

— Por quê?

Aplausos pausados foram ouvidos. Caius desceu os degraus de mármore que dividiam os tronos do restante do salão, com um ar de superioridade e um sorriso debochado estampado no rosto, ele disse:

— Uau! Que reviravolta impressionante! Por um momento, eu pensei que fosse algum tipo de encenação, um showzinho quem sabe. — Caius expressava uma diversão genuína em seus olhos, não havia nada melhor do que a vergonha e humilhação de um inimigo. — Mas, olhando para você agora, você nem mesmo sabia que ele iria embora, sabia?

— Esses são os tão temidos gêmeos Harper! Unidos desde o ventre, união essa que fez reis tremerem e clãs ruírem. Pensei que esse laço fosse mais forte, pensei que seu irmão fosse mais leal a você, pelo visto me enganei. Já que seu irmão virou as costas para você e te largou aqui sem nem olhar para trás. — Dessa vez, Caius direcionou-se para Aro. — Eu falei para você não confiar neles! Eles não são leais nem um ao outro! Nos juraram sua lealdade pela morte da criança imortal, e você deu ouvidos a eles e agora a única parte útil desse foi embora e nos deixou apenas com... o resto.

Hellen despertou de seu transe com o final do discurso de Caius. Como ele ousava falar assim dela! Por muitas vezes, foi ela quem salvou a pele de Harry, era graças ao seu escudo que ele respirava nos dias de hoje. Ela odiava ser diminuída e reduzida a seu irmão, como se ele fosse superior a ela de alguma forma. Era pior ainda saber que muitas ali comprariam o discurso barato de Caius, mas ela mostraria a ele. Jamais perdoaria tal humilhação, principalmente vinda dele.

— Caius! — gritou, virando-se para ele.

Seus olhares se encontraram, a raiva silenciosa em seus olhos de Hellen era gratificante para Caius. Foi diante de seu sorriso arrogante e soberbo que ela viu...

Viu o momento em que o mataria...

Quando ela o colaria de joelhos e tomaria seu trono. Quando o frio de seus olhos se transformasse em gelo, gelo o qual ela usaria para cortá-lo e desmembrá-lo. Quando o fogo que corria em suas veias escorresse para fora de seu corpo e o carbonizasse, ela o veria queimar. O assistiria pagar por seus pecados, dançaria em volta de seus restos enquanto ardiam em uma viagem somente de ida para o inferno. Seria bom. Seria doce. Uma doce vingança servida em um prato que ela comeria quente com todo o prazer que o mundo poderia oferecer.

— Sim?

Seu sangue ferveu, as veias das mãos marcadas pelo brilho incandescente tremeram. Jayme segurou seu punho antes que ela fizesse qualquer coisa. Hellen lhe lançou um olhar mortal, mando-a se afastar, mas a híbrida manteve sua postura diante dela.

— Não faça isso. — Seus lábios disseram discretamente, sem emitir som. — Só vai piorar as coisas.

Hellen recuou, Jayme estava certa.

— Foi o que pensei. — disse Caius, em seu tom arrogante.

— Eu vou matá-lo! Vou matar todos eles! Como Caius ousa falar daquele jeito comigo? Como Harry ousa me deixar aqui!