𝘾𝙖𝙥𝙞́𝙩𝙪𝙡𝙤 𝟴 - 𝙋𝙖𝙞𝙨 𝙚 𝙁𝙞𝙡𝙝𝙤𝙨

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— E depois? Quando a guerra acabar? — perguntou Jayme. — Vocês vão finalmente conhecer o pai de vocês e vão ajudá-lo a proteger a família dele, mas e depois?

— Bom, se um conflito não puder ser evitado e os Cullen perecerem durante a batalha, acho que não há nada mais o que fazer, vamos pegar a criança e acolhe-la como uma de nós. — disse Harry. — Assim como Joseph fez comigo e como nós fizemos com você, Damian e Elle.

— E se eles viverem? — indagou Jayme.

— Se eles viverem, nós os deixaremos criar a criança como quiserem, com a ideologia que quiserem, ficaremos de olho nela é claro, auxiliaremos os pais com as questões fisiológicas, questões que eles não compreendem sobre a natureza dos híbridos. — Dessa vez que respondeu foi Hellen. — Tentaremos manter uma boa relação, pelo bem estar da criança, assim como fizemos com Nahuel.

— Ok, mas essa não foi a minha pergunta inicial e vocês sabem disso. — disse Jayme. — Estou perguntando o que vão fazer em relação a Carlisle Cullen.

— Sim, eu sei. O que acha que nós deveríamos fazer em relação a ele? — interrogou Harry.

— Eu não sei, o pai não é meu. — Jayme deu de ombros.

— Exatamente. — concordou Harry. — Então, eu suponho que isso não seja da sua conta também.

— Harry, não seja rude! — repreendeu Hellen, virando-se logo em seguida para Jayme. — Escute, querida, nós temos mais de trezentos anos de existência, desde que nos conhecemos por gente, Carlisle Cullen, nunca veio até nós, mesmo com as dezenas de cartas que enviávamos, nem mesmo quando nossa mãe foi a Itália o procurar. Quando ela voltou e nós disse que ele estava morto, foi como se ela quisesse anestesiar a nossa dor e funcionou, acreditamos nela, foi bom para nós de certa maneira.

Hellen contou com sua voz em um tom calmo e um tanto tristonho, ela forçava um sorriso gentil, porém parecia fazer um grande e doloroso esforço para que aquelas palavras saíssem de sua garganta.

— Isso até 1922! — Harry tomou a frente da conversa, passando por Hellen e se aproximando de Jayme. — Imagina só, meu amor, nossa surpresa quando descobrimos que na verdade, o homem que pensamos que estivesse morto durante mais de dois séculos, na verdade estava maravilhosamente bem! Vivendo sua vidinha perfeita na América do Norte com sua esposa e filhos! Sua família. — Harry trincou o maxilar, havia raiva em sua voz que se apertou com o decorrer da fala. — Foi quando nós entendemos o que realmente tinha acontecido naquela época, Carlisle não morreu, ele nos abandonou! E depois construiu outra família, assumindo o papel de pai e marido perfeito, esquecendo totalmente das crianças e da mulher que deixou para trás. Tudo estava claro. Totalmente nítido.

— Então é nisso que vocês acreditam? — indagou Jayme;

— É isso o que sabemos. — corrigiu Harry.

— E se ele se arrependeu, hum? E quisesse se aproximar de vocês, recuperar o tempo?

Harry soltou uma risada nasal e sorriu com malícia.

— E por que você acha que ele faria uma coisa dessas? Quatrocentos anos, não são quatrocentos dias, Jayme, ele nos abandonou e criou uma nova família, duvido muito que se arrenda disso ou que se lembre da existência de sua antiga família. — disse com desprezo. — Carlisle é uma pessoa tão boa, todos o adoram, imagine só se vissem por trás dos panos e descobrissem todos os esqueletos que ele esconde embaixo da cama, será que ele ainda seria tão amado assim? Uma pessoa tão boa... — O sorriso no rosto de Harry se alargou levemente. — Bobagem. Nem mesmo uma pessoa ele é de verdade.

𝓞𝓼 𝓕𝓲𝓵𝓱𝓸𝓼 𝓭𝓮 𝓒𝓪𝓻𝓵𝓲𝓼𝓵𝓮 𝓒𝓾𝓵𝓵𝓮𝓷Onde histórias criam vida. Descubra agora