•|Uma Caminhada Matinal (4)|•
Uma risada brilhante rompeu.
- Sério? Mas então, o que aconteceu?
- O que você acha? - indagou o homem sentado à frente com uma voz suave, antes de continuar: - Ele se curvou profundamente e pediu desculpas, dizendo que não sabia.
- Meu deus...
Cobri minha boca, não podendo conter um leve sorriso.
A luz do sol que entrava pela janela iluminava o perfil lateral do indivíduo adiante; seu cabelo preto sedoso brilhava e seu calmo sorriso chamava minha atenção.
- Ele não deve ter te reconhecido, Mestre.
- Bem, ao contrário da Coreia, a América é grande, então não é impossível.
Inclinei minha cabeça...
"Mas é sério?"
Mesmo que alguém não soubesse de sua identidade, bastava olhar para seu rosto para poder dizer instantaneamente que ele não era alguém comum.
- Deve ser é um idiota...
Enquanto eu murmurava, o homem levantou os cantos da boca.
Num terno de três peças, sem o casaco e apenas com o colete vestido, ele encostou-se no sofá com uma expressão tranquila em seu rosto; parecia muito satisfeito com o tempo de lazer que estava a ter pela primeira vez em algum tempo.
- ...
Levantei minha xícara de chá para umedecer meus lábios secos enquanto sentia meu coração bater rapidamente.
Havia um cheiro perfumado de chá no ar.
- Aconteceu alguma coisa enquanto eu estive na América?
Na pergunta recebida, apertei os lábios e abaixei meu olhar. O que deveria dizer?
- Só- não, tudo estava indo bem...
Ao seu lado, não importava quanto tempo tivesse se passado, eu não estava acostumado à vida na guilda. Já longe dele, sempre sentia falta da minha irmã morta a qualquer momento, e era difícil conter minhas lágrimas...
Há alguns dias, enquanto chorava no banheiro do primeiro andar, até encontrei um membro da guilda, e assim que me viu, saiu com um olhar bem desagradável no rosto. Ao contrário dos outros membros que sempre usavam ternos pretos e mantinham um estilo limpo, ele tinha um cabelo ruivo e piercings; no fim, era alguém particularmente memorável.
- Han Yi-gyeol.
Na verdade, ninguém parecia gostar de mim...
Quando a lembrança do rosto da minha irmã mais nova, que sempre sorria para mim, passou pela minha cabeça, minha visão ficou embaçada.
Ao mesmo tempo, o homem se aproximou de meus olhos, que estavam começando a despejar lágrimas, e...
- D-Desculpa, sinto muito. E-Eu-
- Está tudo bem.
Como se estivesse esperando por elas, as enxugava pacientemente.
- Você pode ficar triste quando quiser. Afinal, ela era sua única família.
- Hhgh- Hic... sim. Ve-Verdad- Hgh... E-Eu sinto tanta falta dela...
- Claro, claro...
A dor de não poder mais encontrar minha irmã era enorme, porém, ao mesmo tempo, senti felicidade pelos momentos que ela me proporcionou; os momentos onde pude confiar meu corpo ao toque confortável dele.
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I Don't Want This Reincarnation | Novel BL |
FantasyQuando recuperei minha consciência, percebi que me encontrava numa novel... Sendo mais específico, em "Abismo", uma obra de fantasia lançada há mais de 10 anos que tem como seu personagem principal um pobre jovem que ganhava a vida dia após dia faze...