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Com a respiração baixa quase nula e olhos fechados com a circulação sanguínea saindo do corpo espalhando vida, abaixo da terra observando tudo e todos.

Primeira pessoa


Minha vista está turva enquanto eu fico parada em estado de transe sinto um encômodo nas costas e uma sensação como se eu estivesse embaixo de algo pesado.

-Bea você tá me escutando?- sou tirada dos meus pensamentos com a voz de minha mãe falando sobre algo que sinceramente eu não entendi nada.
-sim, mãe ah eu vou hoje numa festa de aniversário de uma amiga da escola- falo sobre a festa da Amanda, talvez não seja tão ruim assim ir lá eu realmente tô precisando descansar.
-De novo Bea, o que tá acontecendo eu acabei de te chamar e você tá aí pensativa- minha irmã mais nova fala e novamente percebo que me perdi nos meus pensamentos.
Desculpa eu não dormi bem hoje- Falo e suspiro subindo para o meu quarto, pego minha mochila e skate, me preparando pra sair estico as costas sentindo um enorme incômodo.

-Vamo Bru- falo sorrindo um pouco desanimada, vejo uma cara de desconfiança e preocupação.
-Você tá muito esquisita hoje o que tá acontecendo- Bruna fala assustada e eu dou um sorriso pra não preocupar ela, e pego meu skate.
-Fica calma você não vai se livrar de mim tão cedo- Falo brincando desviando o assunto e começo a ir pra escola de skate enquanto minha irmã entra em casa.
-Ah, que merda queria tá no fundamental de novo- Resmungo andando de skate lembrando que hoje a escola da minha irmã tá tendo uns bagulhos que eu não tenho ideia do que é mas só sei que ela tá sem aula.
Dou um sorriso enquanto ando de skate pela rua indo em direção a escola, enquanto olho pra frente sinto novamente minha visão desfocar e vejo de uma forma embaçada várias luzes como de carros como se eu estivesse dirigindo, escuto uma forte batida de carro e saio dos pensamentos caindo no chão, olho para o meu skate vendo que bati na calçada.
-Puta que pariu- Grito estressada e levanto pegando o skate decidi ir a pé não vou conseguir andar de skate hoje.

Chego na escola exausta e guardo com raiva o skate no meu armário.
-Que isso, vai com calma assim você quebra o armário- Júlia fala percebendo a forma agressiva que guardo o skate, suspiro forte de raiva e olho para a garota.
-Tô tendo um dia de merda- Resmungo e fecho os olhos sentindo minha cabeça latejando de dor, e minhas costas doendo, isso não pode ser normal.
-É percebi, cê quer algum remédio ou algo assim?- A ondulada pergunta e dou um sorriso pego meu caderno e estojo depois fecho o armário ainda sentindo dores mas ignoro é só mais uma segunda.
-O único remédio que eu preciso é um chá, mas valeu, vamos antes que o professor de filosofia mata a gente- Falo sorrindo colocando o braço no ombro da loira que rir baixo enquanto vamos a sala.

São exatamente 7:43 da manhã, como eu sei? Tô encarando o horário no meu celular essa aula nunca esteve tão entediante quando hoje, suspiro e coloco a mão na cabeça tentando amenizar essa dor que eu tô sentindo, parece que isso piora a cada minuto, sinto minha visão embaçando novamente e a silhueta das pessoas da minha sala muda como se fossem outros, sinto minha visão apagando e sinto uma dorzinha nas costas e um som insuportável de zumbido.
Acordo na enfermaria com a vista embaçada mas consigo indentificar a enfermeira colocando a mão na minha testa vendo minha temperatura, murmuro e fecho os olhos tentando entender o que aconteceu.

-Como está se sentindo?- Escuto a voz da enfermeira me perguntando e abro os olhos enquanto minha visão volta ao normal decido analiso a sala mediana com quatro macas de enfermagem e as estantes com coisas que a enfermeira usa, e a mesa dela, dou minha atenção pra mulher de cabelos castanhos amarrados longos com o uniforme de enfermagem da escola.
-Como se tivessem me batido com um bastão na cabeça e nas costas- resmungo olhando para o teto e fecho novamente os olhos soltando um gemido de dor e desânimo.
-Você deve tá cansada e com uma enxaqueca, provavelmente sono irregular, vocês adolescentes- Escuto a mulher falando mas não me importo, suspiro e coloco o braço acima da cabeça cobrindo os meus olhos.
Começo a sentir uma sensação diferente como se eu estivesse flutuante acima de água me assusto e rapidamente sento na cama enquanto a enfermeira está falando coisas que eu não presto atenção.
-Não posso te medicar por normas da escola, então beba água e fique no pátio para você não piorar com a enxaqueca- A mulher fala me entregando uma autorização para ficar fora de sala, pelo menos vou poder ficar fora daquela sala, pego o papel e levanto da maca branca e dou uma a arrumada na minha blusa marrom de alça e nas minhas calças cargo verde escuro.
-Valeu e desculpa qualquer coisa- Digo educadamente e saindo da sala, começo a anda pela escola sem rumo, enquanto ando começo a ficar tonta e tombar prós lados mas tento focar e respiro fundo.
-Porra isso não é normal- Falo com a voz baixa e meio arfando com a respiração ficando lenta e pesada e minha visão embaça de novo hoje parece que eu estou em uma casa diferente, sinto alguém tocar meu ombro e viro minha visão começa a voltar mas sinto um ânsia enorme.
-Caralho você tá muito pálida o que aconteceu?- Meu amigo Chris pergunta preocupado comigo mas não respondo sinto que vou vomitar, começo a correr pro banheiro e entro em uma cabine seguro minhas próprias madeixas castanhas com umas mechas verdes e brancas e as mechas aleatórias trançadas para não suja de vômito e começo a derrubar o pouco que comi hoje.
Levanto depois de terminar e encaro a privada.
-Mas que merda é essa?- pergunto a mim mesma indignada vendo coisas que parecem raízes no meu vômito, fica enojada e aperto a descarga para tirar aquilo de lá, vou na pia do banheiro lavar minha boca ninguém merece ter gosto de vômito na boca, saio do banheiro e vejo o Chris do outro lado do corredor preocupado com a cabeça baixa quando ele me ver o rapaz vem até mim.

-Mano, você tá bem, você sai correndo como uma doida- O rapaz de cabelos castanhos claros amarrados pergunta bem preocupado.
-Desculpa aí cara, hoje eu tô bem mal acordei enjoada- Explico olhando para o mesmo e ele suspira de preocupação, o rapaz cruza ou braços olhando pra mim.
-Você comeu alguma coisa hoje né?- Ele pergunta me olhando e eu me apoio na parede da escola ao lado da porta do banheiro.
-Comi sim uma torrada com umas frutas e granola- Falo olhando para o rapaz e parece pensativo e ele fica olhando pra baixo pensando em algo que não consigo decifrar.
-Já foi na enfermeira?- Ele pergunta e automaticamente concordo com a cabeça, Chris coloca o braço no meu ombro desistindo de perguntar e sabe que vai ser difícil descobrir o que aconteceu.

Mais tarde quando finalmente chego em casa vou direto banhar talvez um banho ajude nessa merda que tá acontecendo, ligo o chuveiro deixando lentamente quanto meu corpo tá tão gelado que se eu colocar gelada direto provavelmente vou ter um choque térmico, descanso a cabeça embaixo da água e suspiro aproveitando a água gelada e começo a me ensaboar paraliso ao sentir algo estranho nas minhas costas, tiro toda a espuma do sabão líquido de mim e corro até o espelho o meu banheiro e fico de costas vendo duas grande cicatriz que eu nunca vi nas minhas costas ela parece ser tão recente.

-Mas que merda-.

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