Capítulo 6

14 6 45
                                    

No início sentia apenas dor, sua jóia era seu orgulho, ainda podia se lembrar claramente de quando floresceu pela primeira vez, sentia extasiado quando menor, ver a jóia de seus familiares apenas lhe fazia querer ser igual. Pois quando finalmente a tivesse, então seus irmãos certamente deixariam de lhe desprezar.

A única pessoa que sempre acreditou nele, era a sua mãe, seu sorriso era doce, toda vez ela ela lhe consolava, enquanto dizia que nada daquilo era sua culpa.

Então quando sentiu as primeiras dores de sua jóia nascendo, imediatamente foi correndo lhe contar, se lembrava da alegria que sentiu como se fosse ontem.

Era emocionante pois finalmente seria como eles.

— Mãe, é a minha jóia, ela nasceu, tenho certeza que nasceu.

Seus irmãos se entreolharam entre si, enquanto torciam o nariz. Enquanto isso seu pai apenas lhe observava em silêncio enquanto fumava um cigarro.

— Onde é?

Um pouco antes que mostrasse, sua mãe veio correndo para lhe impedir de fazer isso. No entanto era tarde a essa altura. Seus irmãos zombaram em silêncio, mas seu pai não parecia se divertir nenhum pouco.

— Não, amor, deve ser um engano, isso nem sequer é uma jóia, Helian deve ter apenas se confundido, eu tenho certeza.

Em um movimento seu pai acertou um tapa no rosto dela.

— Sua vadia desgraçada.

Essa noite foi interminável.

Seria bom se Helian soubesse na época que toda a família costumava ter a marca no mesmo lugar que os pais, caso contrário, era uma infidelidade.

Enquanto tudo acontecia sua irmã lhe abraçava enquanto dizia que nada daquilo era sua culpa, e o quanto estava orgulhosa por seu irmão estar crescendo.

Helian passou cerca de um mês doente, com febre todos os dias, enquanto as pétalas cresciam.

Agora essa jóia estava inutilizada, com um pedaço arrancado, era como se houvessem arrancado seu coração do peito. Doía como o inferno. Esse povo desprezível haviam lhe arrancado tudo e agora, até mesmo isso.

Se pudesse queria apenas manter distância mas mal tinha forças para levantar.

Seus pés estavam fortemente amarrados e mãos também, enquanto isso suas costas doíam tanto pelo castigo que tinha que segurar qualquer gemido de dor.

Mãos suaves acariciavam suas feridas, como se passando algum tipo de pomada. Queria se virar para reclamar, mas a cada toque, seu corpo estremecia.

— Eu tomei a liberdade de tirar sua roupa, estava coberta de sangue e não pude tratar suas feridas com ela.

Helian reconhecia sua voz, esse era o mesmo homem que lhe castigou antes, a pessoa de quem seria escravo.

Embora a dor nas costas diminuísse, aquela em seu peito não cessava.

— Demorou para acordar, pensei que fosse dormir para sempre, é um hábito seu fazer os outros esperarem?

Quando ele deixou de lhe tocar, Helian consegue se virar de lado.

— Eles realmente estão mortos? — Sua voz soa mais suave do que gostaria.

— Quem? — Ele fica um pouco em silêncio até se lembrar e soltar um suspiro de exclamação — Ah, você quer dizer eles...

Seus pulsos doíam, mas não pareciam estar tão fortemente presos, se forçasse o suficiente poderia se soltar. Mas se sentia no escuro e limitado, tinha que tirar aquela maldita faixa do rosto.

Princípios De Um VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora