Capítulo 9

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Cativos combinam com azul? Não tinha certeza quanto a isso, talvez azul fosse uma cor muito majestosa, para alguém que não tinha mais status real. No entanto era simplesmente magnífico o modo como seus cabelos prateados se destacavam no azul turquesa daquele manto.

Mas seus fios soltos estavam uma completa bagunça, Allen vai até sua caixa de jóias e remexe nelas.

— Vai me levar nesse banquete por qual motivo?

— Preciso de um motivo? Você é meu, naturalmente levo onde eu quiser.

Helian não responde absolutamente nada, mas sua expressão se torna mal humorada enquanto cruza os braços.

— Eu não quero ir, tenho um mal pressentimento.

— Vai ser divertido, eu prometo, o que não irá faltar é comida e umas coisas a mais... está noite ficará para a história. — Ele diz com um sorriso — Posso até conseguir uma dama para te entreter se preferir.

— Tenho quinze anos. — Helian responde enojado.

O moreno revira os olhos.

— E qual é o problema, não acha que está na idade da diversão?

— Acho que sua ideia de diversão é limitada, e não tenho desejo algum de me divertir.

— Por que não?

— Porque não, Waverly está nesse exato momento em um estado de crise, eu nem faço ideia de quem está no poder agora que isso aconteceu com a minha família, e não sei se meu povo está sendo escravizado pelo seu.

— Realmente precisa ser tão negativo? O povo em Waverly é sempre assim? Talvez precise enxergar mais o lado bom das coisas.

O garoto abre os lábios rosados e em seguida os fecha, como se refletindo como devia lhe responder.

— Não, na verdade todos são animados e cheios de vida, mas isso apenas quando há motivos para isso, quando podem sair livremente para observar em um jardim a céu aberto, uma borboleta azul voar em sua direção sem se preocupar se irão surgir bombas de cima, flechas a sua direita, ou correntes aos seus pés. — Sua voz era baixa mas seu tom se torna exasperado, sem fôlego — Tudo isso... em um lugar onde estar vivo é um privilégio, alguém que sorri sem motivo não seria considerado um tolo?

— Um tolo ou não, você teve o privilégio de estar vivo.

— Não, eu não tive, apenas sofri o infortúnio de sobreviver, mas isso não tem nada relacionado a viver, não são a mesma coisa.

— Não sabe o que está dizendo. — Nesse momento ele finalmente encontra um enfeite de pedras turquesas com detalhes prateados, não parecia muito caro e combinava com as vestes atuais do outro.

Então se afastou da caixa e foi até Helian.

— Não, é você quem não sabe, saberia se tivesse visto a linha de frente do campo de batalha entre Velard e Waverly, então entenderia que toda essa guerra não faz o mínimo sentido.

Allen dá um estalo com a língua e se aproxima agarrando o seu rosto. O garoto tenta recuar, mas ele segura com mais força.

— Nunca disse que não concordo quanto a isso, guerra não faz sentido, mas é inevitável, governantes poderosos que não compactuam os mesmos ideais lutam entre si, saindo sem um arranhão enquanto milhares de vidas inocentes são ceifadas no caminho, não preciso de uma lição de moral para isso. — Ele afrouxa o seu toque, o acariciando mais suavemente — Mas não diga que sobreviver foi um infortúnio, muitos já imploraram para se manter com vida, então não a entregue tão facilmente assim, ou não vai durar muito tempo em Velard.

Princípios De Um VilãoOnde histórias criam vida. Descubra agora