Capítulo Vinte

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Ashley (Treze anos de idade)

Estou sentada na frente da porta de casa com Peter. Nosso relacionamento não está lá essas coisas, faz um tempinho já. Então provavelmente já já a gente se separa. Eu não queria, mas talvez é o que vai acontecer mesmo.

Estávamos conversando normalmente, mas minha mente só pensava em perguntar o que seria da gente, pois sinto que ele não veio aqui só para me ver e ficar comigo. Eu realmente tenho certeza disso.

- Peter... Seja direto, ok? Sabe que a gente não está bem faz tempo. Você também já concordou que talvez a gente fosse dar um tempo. Eu estou achando que é para isso que você veio... Estou certa? - Puxo o assunto em questão.

- Sim, mas não. - Diz Peter, não diretamente.

- Pedi para ser direto.

- Tudo bem, tudo bem. Sim, vim aqui para isso, para a gente conversar sobre isso pessoalmente e não só pelo celular. Não acha melhor?

- Sim, eu acho.

- Então... Como vai ser?

- E eu que tenho que dar a resposta?

- Não sei. Quer dizer, acho que não. Sempre te respeitei, então o que você decidir ser melhor, a gente faz, pois realmente vai ser melhor.

- Tem certeza, Peter?

- Claro. Talvez você decida querer terminar, ou dar um tempo, não é algo que eu quero, mas vai ser preciso e vou aceitar isso.

- Ótimo. Gosto desse seu jeito. Acho que sempre gostei, na verdade. Sou a única pessoa que você é assim.

- An... Ok. Então a gente dá um tempo? Para de vez ou continua? De verdade, para mim tanto faz. E não, não estou falando que você é um tanto faz para mim.

- Eu entendi, relaxa.

- Bom. Pelo menos de agora em diante não vou te ouvir falar de Dylan isso, Dylan aquilo, Dylan para lá, Dylan para cá, e por aí vai.

- Eu estava desabafando, cara. E você sabe disso.

- Sim, claro que eu sei. Por isso eu te ouvia. Mas seu desabafo era sempre de outro cara.

- E daí? Ai, ok Peter. Melhor ir embora. Já foi a última conversa mesmo.

- É. Acabou de um jeito pior do que eu pensei.

- É. Ídem.

Assim que Peter vai embora eu entro em casa, me tranco no meu quarto e fico lá mexendo no celular, ouvindo alguma música. Às vezes vou na cozinha pegar coisa para comer, mas de vinte quatro horas do dia, trinta e sete eu fico no meu quarto. Não quero sair, só quero que o tempo passe logo. Não estou esperando nada, mas quero que passe rápido.

Não demora muito tempo para que eu consiga pegar no sono, e enfim, consigo adormecer.

...........

Eu me vejo mais velha, se eu tiver vinte anos é muito. Mas, Dylan está ali comigo, do meu lado. Está com rosto bravo e não sei o motivo. Mas me vejo levantando, e aparentemente também estou furiosa.

Dylan segura meu braço.

- Me solta, Dylan. - Faço uma pausa. - Agora. - Completo.

Dylan me solta e eu continuo meu caminho, atravessando a rua. Eu não percebi, mas em menos de cinco segundos tudo aconteceu.

Eu me vi no chão. Mas Dylan também estava. Ele estava sangrando, da calça ao rosto. Meu braço está ralado e ainda não percebi o motivo. Eu olho para os lados mas vejo tudo embaçado, como se estivesse tampando minha visão.

Um Dia Muda Uma Vida (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora