Eu vou lhe contar uma história um tanto confusa, mas que se for olhada da forma certa pode ser tanto trágica, quanto fantástica... Bem, se você vê alguma diferença.
Meu querido e ingênuo leitor, preciso que imagine o seu mundo como é hoje. E agora preciso que imagine uma pessoa qualquer vivendo neste mesmo mundo, como ela é? Qual a probabilidade de ela ser feliz? Digo, totalmente feliz? Bem, este será o nosso personagem.
Numa rua simples e melancólica, há um Garoto, talvez não tão melancólico quanto a rua, observando as simples e antigas casas, quase todas em tom de bege, enquanto passeia pelo calçamento. E o céu não apresentando contraste algum, está triste e cinza, com alguns poucos raios de luz que atravessavam as densas nuvens do outono, mas que não eram notados pelo mesmo. Ele anda pela rua à deriva sem prestar atenção em nada, como se fazer aquela caminhada fosse seu único objetivo. Sua mente vagava para lugares sombrios, mas que só eram sombrios, porque ele ficou tempo demais por lá. Olhava sempre para frente sem desviar o olhar para lado algum. Mas de nada adiantava pensar em complicações agora, ou ao menos achava isso. Porém, em seu caminho iriam ter complicações em quantidade, como pedras numa floresta.
A rua era próxima a um bom hospital, com um pequeno jardim coberto por crisântemos em sua entrada, e sua caminhada seguia no lado oposto a ele. Passando por um pequeno museu, ou a tentativa fracassada de um; também por uma antiga loja de brinquedos um tanto acabada, pela casa de um senhor, que inclusive era amigo de sua família, que dormia solitário logo a frente do portão, uma loja de esmoques e chapéus falida e por fim uma bomboniere com uma placa de "Vende-se". Ia virar a esquina quando algo chama a sua atenção, algo bastante raro, pois para alguém no estado dele, seria no mínimo difícil tal coisa acontecer, mas nesse caso era algo tão incomum que mesmo o observador mais desatento notaria com facilidade. A esquina estava tanto maior que o de costume, e cobrindo esse espaço havia uma bela e nova Casa roxa toda tortuosa, logo ao lado da loja de esmoques, que trazia uma energia diferente.
Nesta Casa, se veria as mais diversas coisas acontecerem, porém, ninguém nunca viu brilho nos olhos do Anfitrião.
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Realidade pragmática
Misterio / SuspensoNos confins da lógica física havia uma casa de horrores que a todos protegia. Ninguém sabe de onde veio, ou o porque, mas todos que a conhecem tem uma complexa visão sobre a mesma. O mundo molda o mundo... (Capa provisória...)