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Talvez...só talvez...

Lisa fechou a blusa social e suspirou, Jennie ajeitava os cabelos e se olhava no espelho do banheiro de seu escritório. Jennie precisava daquilo para relaxar um pouco, mas Lisa havia percebido a forma que a chefe estava e não queria se intrometer naquilo, mas tinham outras coisas a tratar.

—Quer falar sobre como vai ser esse mês?—Lisa perguntou e Jennie suspirou, saindo do banheiro.

—Não há o que conversar. Paguei por você, quando eu quiser, você aparece.— ela disse simplista e voltou para a mesa dela.—Não se preocupe, eu vou entender se coisas acontecerem...

—AH, que ótimo, você é super compreensiva.—Lisa foi sarcástica.—Eu tenho que estar em casa antes da meia noite, minha mãe não dorme enquanto eu ainda não estou em casa e eu gostaria que mantivéssemos a descrição em frente a minha irmã, ninguém da minha família sabe disso.—Jennie assentiu.

—Eu tenho que estar em casa no máximo às dez.—Jennie murmurou.

Lisa estranhou um pouco, mas não iria perguntar nada sobre aquilo, então apenas pegou algumas fotos que ela levou para Jennie aprovar para ir para a área de marketing, mas usando principalmente como desculpa para ir até ali.

—Se sua mãe precisar de algo no hospital, é só me falar, eu darei um jeito de te ajudar.—Jennie olhou para a tailandesa, era uma mulher linda e Jennie nunca negaria esse fato, mas ainda não conseguia acreditar que estava se vendendo naquele bordel dos Jeon's.—Já que eu contratei seus últimos serviços e você não vai mais depender diretamente do Jeon, eu fico cuidando de você até esse mês acabar.

Lisa suspirou e se virou para ela.

—Não precisa, não se incomode com isso.—Lisa amarrou os cabelos.—Eu até prefiro que seja assim, minha mãe pode ser bem louca em algumas situações.— ela suspirou.

—Se incomoda se eu perguntar sobre?—Jennie pareceu interessada, parecia que Lisa poderia passar pelo que ela passou e ela não desejava isso para ninguém.

—Meu pai veio da Tailândia para cá quando e a conheceu, eles se casaram mas não tiveram filhos biológicos, minha mãe nunca desistiu de ser mãe e a família incentivou ela a adotar, assim viemos eu e minhas irmãs.—Lisa resumiu e deu um pequeno sorriso.—Meu pai era um cara muito amoroso e gente boa, ele era dono da farmácia que temos no andar debaixo da nossa casa, ele ajudava quem precisava e nós aprendemos muito com ele a ser feliz mesmo com os problemas e a ser livre mesmo com a senhora Eun em casa.—Lisa suspirou.—Minha mãe pode ser bem controladora, quando se trata da família dela...é um lance estranho da linhagem dela ou algo assim...ela sempre pedia para o meu pai afirmar que sempre estaria com ela e quando meu pai morreu ela começou a surtar com as pequenas coisas, deixando de trabalhar na farmácia...—Lisa passou a mão em seus cabelo e olhou para a chefe.—Por várias vezes ela nos deu um susto tentando contra a própria vida e nos impedia de fazer as nossas coisas por achar que vamos deixá-la como meu pai. Minha irmã mais velha é noiva há anos e minha mãe não deixou ela se casar até hoje. Minha irmã do meio ficou totalmente responsável pela farmácia da família, ela teve que desistir do sonho de fazer faculdade de gastronomia para fazer faculdade de farmácia que eu pago para ela. E eu...eu terminei meus cursos de fotografia e depois descobri que meu pai tinha muitas dividas, eu não conseguia emprego na minha área e só fazia alguns bicos em algumas festas, mas ai Jeon me ajudou, me chamou para tirar fotos das meninas para aquele cardápio idiota que o pai dele tem...Minha família não sabe o que eu faço para conseguir pagar as dividas que tínhamos e eu não me importo com isso...minha preocupação é com a minha mãe. Com o dinheiro que Jeon vai me dar por esse último trabalho vai dar para pagar o resto das minhas dividas e colocar minha mãe na terapia...se ela não surtar de novo e tentar acertar a faca em uma de nós.

Ma Chère ReineOnde histórias criam vida. Descubra agora