Capitulo 2

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São Paulo não sabia exatamente o que pensar. Olhou para o loiro, que havia sentado na ponta da sua mesa e estava com a cabeça tombada para o lado, na direção de si.

— Não, esquece. Você deve ser a última pessoa em quem eu confiaria um negócio desses, e outra, eu não quero te ficar devendo nada.

— Caô! Aposto que você confia mais em mim pra essas coisas do que no Toquinho. - Rio rebateu, lembrando que um dia desses havia ouvido o Brasil puxando a orelha do mais novo por causa de trabalhos atrasados. - e você não vai ficar me devendo nada não, eu tô me oferecendo pra ajudar po

— Essa parte é a mais estranha. Por que cê tá aqui, e por que tá querendo me ajudar? Vai embora, vai. - Sampa disse, voltando a mexer no computador.

Rio deu de ombros, olhando ao redor - Eu fiquei sabendo pelo Minas que você ficou ruim depois daqueles dias trabalhando direto, só achei que cê devia dar uma maneirada né, ir pra casa hoje, voltar a trabalhar só acima do normal, não muito acima do normal, saca?

Sampa parou novamente ao ouvir o mais alto. Hesitou no que falar por um instante, e isso foi o suficiente para Rio se esticar e pegar seu planner diário, que estava em cima da mesa ao lado do teclado.

—Ei!

— Certo, já que estamos resolvidos, vamo ver o que temos aqui.. - ele falou, passando os dedos pelo papel - tua letra não mudou nada né Sampinha? Mal dá pra ler esse garrancho hahahaha

— Cala a boca! Se for pra me encher o saco me devolve logo essa merda e me deixa em paz!

— Xiuu, calma cara, tô só zoando, relaxa. Onde é que tão esses documentos do item 23 da tua lista, que você escreveu que precisa revisar? Vou adiantando isso pra ti.

— … Na terceira gaveta do armário à sua esquerda. - Sp respondeu, suspirando.

Apesar da abordagem incômoda, na verdade a ajuda seria bem vinda. Voltou a trabalhar no computador enquanto Rio sentava no chão e remexia nos papéis. De vez em quando dava uma olhada na direção do moreno, com medo de eles estar bagunçando seus documentos, mas ele estava se saindo bem, na verdade. “Bem, ele é um dos estados mais importantes do país, afinal”, Sampa pensou em algum momento. “A carga de trabalho dele deve ser quase igual à minha.”

Paulo na verdade percebeu que, apesar da personalidade relaxada do loiro, não lembrava do mesmo atrasando no seu trabalho, com raras exceções. Ele sempre havia sido assim, na verdade.

Assim, passaram algumas horas trabalhando. Rio interrompia São Paulo ocasionalmente para perguntar algo ou pedir alguma coisa, mas no geral os dois estavam concentrados trabalhando. No fim, conseguiram terminar todo o trabalho atrasado e diário do paulista um pouco depois da meia-noite.

— Aaaah! Acabou mané! - exclamou o carioca, se espreguiçando - Quer carona pra casa gatinho?

— Eu vim de carro, idiota. - São Paulo respondeu, estalando os dedos - mas valeu de qualquer forma.

— O quê? “valeu”? Hãn? - o loiro levou a mão ao ouvido, aproximando-se do moreno - Não entendi, pode repetir?

— Vai se fuder otário do caralho

— Ah sim, entendo. De nada chaminé, o prazer foi seu

Sampa limitou-se a revirar os olhos para o último comentário do fluminense, enquanto terminava de juntar suas coisas.

— Boa noite Rio - despediu-se, saindo do escritório e indo embora.

— Boa noite Paulo - respondeu o carioca, levantando-se para ir embora também.

Biscoito e BolachaOnde histórias criam vida. Descubra agora