Demon slayer: O anoitecer do lobo roxo.

Episodio 2

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Acordo aos poucos com uma pontada pesada no estômago. Com os olhos ainda fechados, os pressionando por conta da dor, mas estava mais suportável que antes. Levo minha mãos aos poucos até a ferida em minha barriga na lateral. Percebo que o local da ferida estava com um pano amarrado, abro os olhos com tudo, estava deitada em um pano macio no chão e uma almofada leve e macia que me fazia afundar sobre ela. Olho pelo local em que estava e percebo que estava em casa, no quarto de meu pai. Logo posso escutar vozes vindo da sala, parecia ser de meu pai e daquele homem de idade de antes com ele,parecia ter quase a mesma idade de papai. Me levanto aos poucos me espremendo de dor algumas vezes, mas é suportável. Fico de joelhos e paro de frente pada a porta do quarto e me aproximo mais para escutar o que os dois estavam falando.

-Não acredito que ela já esteja com 19 anos de idade, ela cresceu rápido.

-Pois é, nem eu acredito.

-Sinto muito não ter vindo ver vocês esses anos todos.

-Não tem do que se desculpar, eu que pedi para não aparecer muito porque não queria que ela descobrisse de nada disso.

-Amaya, você sabe que ela já está mais que na idade, não sabe? -Kiyoto fala sério.

Nossa, ninguém nunca havia chamado meu pai pelo nosso sobrenome, esse homem deve ser bem próximo dele mesmo.

-Não. Não quero minha filha tendo que pensar que pode perder a vida todo santo dia, não farei isso com ela.

-Você sabe que ela tem o dom, da para ver só de olhar para ela.

Do que ele está falando?

-Mas e se ela for igual a mãe!

Papai parecia tenso.

Como assim..... igual minha mãe? Ela... era uma caçadora também?

-Sinceramente, eu não tenho certeza, mas acho improvável.

-Não podemos arriscar.

Tudo fica em silêncio e fico mais curiosa ainda. Do que eles estavam falando? Tenho o dom do que?

-Suzui. Eu sei que está escutando tudo.

O quê!? Como?

Arrasto abrindo a porta do quarto aos poucos, logo consigo ver papai e Sr. Kiyoto, que não tirava aquela mascara do rosto, sentados no chão um de frente para o outro com uma pequena mesa de chá no centro, e as duas espadas logo ao lado juntas.

-Como sabia que eu estava ouvindo tudo?- Falo confusa.

-Somos treinados para muita coisa, Suzui. Podemos saber que você está perto de nós até mesmo se estiver a quilômetros de distância. -Kiyoto fala virando a cabeça para mim.

-Eu quero que me expliquem o que está acontecendo, agora. -Falo me levantando com dificuldade.

-Não se esforce, filha. -Ele fala colocando meu peso sobre seu corpo para apoiar.

Como ele chegou em mim tão rápido?! Eu nem vi.

-Como você fez isso...?

-Sente-se, eu irei te explicar tudo o que quiser. -Ele fala me levando aos poucos para me sentar mais para frente, perto da pequena mesa onde eles estão.

-Você promete?

-Eu prometo.

Ele se senta de volta no mesmo lugar em que estava e começa a encarar as espadas ao lado com a face triste. Recupero um pouco o fôlego e começo a encara-lo.