Episodio 3

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depois de algumas horas, Kiyoto havia saído para enterrar o corpo de papai, mas não quis ir. Talvez eu tenha cometido um erro em relação a não ir junto, mas não queria ver ele.... Vê-lo sem vida. Eu não conseguiria, de novo não.

Com Kiyoto ainda fora, arrumo minhas coisas e pego o que for necessário para ir morar junto a ele, infelizmente. Eu não podia levar tudo, mas estava arrumando o necessário. Guardei algumas roupas e dois kimonos, afinal não tinha muitos, e algumas coisas a mais como meu caderno de desenho que papai havia me dado de aniversário de 19 anos. Não era muita coisa, afinal era apenas uma mochila que levaria. Escuto passos subindo os degraus de nossa pequena varanda e abrindo a porta aos poucos. Eu sei que era Kiyoto.

-Você já está pronta? -Ele pergunta frio.

-Sim.

-Você precisa de alguma coisa específica?

Olho para Kiyoto e apenas o vejo em quietação, sua respiração estava acelerada como se estivesse agitado, ou ansioso.

-Não. -Falo virando para a pequena mesa da sala de estar e pegando a pequena mochila.

-Tudo bem, então podemos ir.

Ele abre espaço para eu sair e fechando a porta aos poucos logo atrás de mim. Encaro o horizonte por uns segundos tentando imaginar como seria minha vida sem papai daqui para frente. Acho que não conseguirei ser feliz... não sem ele. Atrás consigo escutar Kiyoto agitado, por que? Ele parecia sem saber o que fazer, olhando pelos lados e coçando a cabeça.

-Suzui...

-O quê? -Pergunto me virando de volta para sua direção.

Ele travava, coçava a cabeça por trás de novo e de novo. Acho que ele viveu sozinho por um bom tempo, duvido que consiga socializar e conviver com alguém.

-Você gosta de peixe frito? -Ele fala sem jeito.

-Bom sim.

Ele fica em silêncio de novo e encara algumas vezes o chão. Esse cara é sempre assim? Não é possível que ele não consiga conversar com alguém sobre coisas normais. E sinceramente, eu não queria conversar.

Ele começa a olhar pelo canto de novo e desce a escada da varanda, olhando pelas arvores em volta e por cima da casa.

-Você viu o Apolo?

-Quem?

-Apolo, a coruja da neve do seu pai.

-Ele não estava com você?

-Estava, mas ele disse que se sentia mal, e estava rabugento então mandei ele de volta para cá. Mas ele não está aqui.

-Será que ele se perdeu?

-Apolo não é do tipo que se perde por ai.

-Eu só tentei ajudar.

Kiyoto da um pequeno pulo e começa a travar sua voz de novo, esse cara é complicado.

-N-Não! Não foi isso que eu quis dizer, eu não quis dizer no tom grosseiro. -Ele fala rapidamente.

-Ta, só fica aqui que eu vou procurar ele. -Falo revirando os olhos.

Desço da varanda e caminho em direção a floresta. Uma coruja que voa, se perdendo aqui, sério?

-Eu sinto muito.

Paro de andar percebendo a voz cansada de Kiyoto. Talvez eu estava sendo idiota com ele

-Eu nunca fui bom em falar com as pessoas. E sinceramente, depois que comecei a viver sozinho quando seu pai foi embora, eu não convivi com mais ninguém por muito tempo.

Demon slayer: O anoitecer do lobo roxo.Onde histórias criam vida. Descubra agora