🔥𝓒𝓪𝓹𝓲́𝓽𝓾𝓵𝓸 22🔥

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𝐌𝐞𝐥𝐚𝐧𝐢𝐞 𝐀𝐝𝐚𝐦𝐬

Aos poucos, meu corpo liga. Começando pela circulação sanguínea, e depois minhas pálpebras que começam a tremer deixando translucido uma pequena claridade. Consigo sentir meus dedos sobre os lençóis e minha respiração que se aprofunda me abrindo os olhos. Infelizmente, isso não é um pesadelo e sim minha realidade que fui jogada para viver e me adaptar.

Remexo minhas órbitas no quarto que está iluminado, com uma fraca luz no teto que por acaso, está acessa a um lustre lindo. O quarto em si, é elegante de uma maneira antiga. Uma clássica casa ou mansão vitoriana do ano de 1920. Onde retratavam mansões como fechadas aparentemente vazias que transpassavam sentimentos de decadência e perigo. Com apenas esse quarto, posso dizer que estou em uma dessas e bem no meio do nada em Londres.

Observo o canto onde vi a figura fantasmagórica da minha a vó, e felizmente ou infelizmente, não está mais lá. O outro canto, onde está a poltrona também está vazio. Então quem acendeu a luz e a quanto tempo está acessa?

Escuto barulhos de passos no que acredito que seja um banheiro, no outro lado do quarto. A luz de lá está acessa. Finjo que estou desmaiada ou confronto a quem estiver lá?

Eu exijo explicações, não aguento mais voltar dos mortos.

O tal do Kass sai de dentro do cômodo, colocando imediatamente seu olhar sobre os meus.

-Que bom que acordou. - Ele fecha a porta atrás de si, sem apagar a luz de lá de dentro - Você me deu um susto dos Diabos, sabia?

Ele voltou a puxar assunto comigo? O que houve enquanto eu estive desacordada?

Eu apenas o observo em estado de alerta, com qualquer movimento inadequado. O vejo caminhar até a cama devagar, ainda olhando nos meus olhos. Não sei por qual razão que começo a chorar sem choramingar, aperto as mãos em punhos e restrinjo meus olhos para não ver o que ele vai fazer comigo. Ele não pode estar pensando nisso, comigo nesse estado...

Sinto meu lado da cama se afundar, não muito perto de mim. Abro um olho para ver onde ele está.

Sentado um pouco curvado em minha direção, entretanto seu olhar está diferente, está demonstrando pena ou algo parecido. Diferente de segundos atrás que estava mais no automático.

-Eu sinto muito pelo que fizeram com você, Melanie. - Sua voz sai mansa.

Ele falou meu nome pela primeira vez. Mas mesmo assim, não digo nenhuma palavra.

-Não pense que vou fazer algo tão sujo, que o Heitor foi capaz de fazer com você. Eu abomino tudo isso que fizeram, e entendo que se sinta com medo de estar aqui. Afinal, você não me conhece e nossa primeira impressão não foi nada agradável. - Ele respira fundo, antes de continuar, porém o interrompo.

-Como sabe do Heitor? E do que ele fez comigo? - Pergunto mesmo suspeitando da resposta.

-Digamos que somos inimigos dos Sturms. Principalmente por parte do Death.

-E por que? - Pergunto agora curiosa.

Acho que não vou precisar exigir que ele me dê uma explicação.

-Digamos de novo, que vocês dois tem muita coisa em comum a discutir. Nessa parte ele não mentiu para você.

-Ele nunca me disse nada disso. - Retruco.

-Porque ele não podia, além que ele te ajudou certo? Isso foi real.

Não acredito nele.

-Hmm...

𝑪𝒐𝒓𝒓𝒆𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒐 𝑷𝒂𝒔𝒔𝒂𝒅𝒐 - 𝑯𝒆𝒓𝒐́𝒊 𝒐𝒖 𝑽𝒊𝒍𝒂̃𝒐Onde histórias criam vida. Descubra agora