4. Ato impulsivo

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[Jeongyeon]

Decidi mudar da casa dos meus pais. A notícia não foi bem recebida, como era de se esperar, e Jihyo teve que intervir, como sempre fazia. Estava cansada de ter que explicar minhas decisões e nunca ser compreendida. Além disso, a presença constante de Nayeon em casa, mesmo depois de ela ter se mudado para seu próprio apartamento, tornava tudo ainda mais complicado.

- Não liga, Yeonie - Jihyo tentava me confortar enquanto arrumava minha mochila. - Logo eles se acostumam. Quando eu e Sana fomos morar juntas, foi assim também.

Suspirei, concordando com a cabeça. Era difícil acreditar que meus pais um dia aceitariam essa decisão.

- Quero te contar uma coisa, mas não aqui. Podemos ir? - Jihyo abriu a porta do carro, me convidando a entrar. - Eu te levo. Vamos lá.

Entrei no carro, observando os pertences variados de Jihyo espalhados no banco de trás. Ela ligou o motor e começou a dirigir.

- O que foi? - Perguntei, enquanto olhava pela janela.

- Você sabe que eu e Sana estamos juntas há quase oito anos - Jihyo começou, e eu assenti. - E que nós moramos juntas, não ligamos muito para casamento e festa também.

- Sim - respondi, sem saber exatamente onde ela queria chegar.

- Bom, então... - Jihyo parecia mais tensa do que o habitual, o que era incomum para ela.

- Você está me preocupando - comentei, virando-me para encará-la. - Normalmente, só temos conversas assim quando algo está muito errado na família.

- Calma, não tem nada de errado - ela riu nervosamente, ajustando os óculos. - O que eu quero dizer é que vamos ter mais um integrante na família.

Não consegui conter minha surpresa e alegria. Abri a boca, surpresa.

A ligação entre Jihyo e eu sempre foi especial. Como a irmã mais velha, ela sempre teve um cuidado especial comigo, desde os tempos de infância até os desafios da vida adulta. Crescemos juntas, compartilhando segredos, sonhos e até mesmo as dificuldades que enfrentávamos.

Jihyo sempre foi minha confidente, alguém em quem eu posso confiar plenamente. Ela era como um porto seguro, sempre pronta para me apoiar, orientar e confortar quando eu precisava. Sua presença era reconfortante e seu amor era o que me mantinha firme mesmo nos momentos mais turbulentos.

Além disso, Jihyo e eu compartilhávamos uma conexão profunda. Éramos capazes de nos entender apenas com um olhar, de completar as frases uma da outra e de oferecer apoio mútuo sem precisar de muitas palavras.

- Meu Deus, Jihyo - coloquei a mão na boca, completamente surpresa.

- Você é a primeira pessoa a saber - Jihyo murmurou, os olhos brilhando com uma mistura de felicidade e gratidão. - Sempre me apoiou em tudo e é meu porto seguro. Sana e eu estávamos tentando há um tempo, mas não estava dando certo.

Senti um nó se formar na garganta ao ouvir suas palavras, e minhas próprias emoções ameaçaram transbordar.

- Isso é incrível - consegui dizer, com a voz embargada. - Vocês vão ser mães tão legais.

Jihyo sorriu, mas percebi que também lutava para conter as lágrimas.

- É tão bom ouvir isso de você - ela disse, a voz um pouco trêmula. - Não falei nada em casa, porque sei que mamãe e papai vão surtar um pouco e não quero que Sana se estresse.

Era uma situação delicada, e eu admirava a maneira como Jihyo cuidava daqueles que amava.

- Eles vão entender, com o tempo - assegurei, tentando confortá-la. - E, quando tudo se acalmar, tenho certeza de que ficarão tão felizes quanto nós agora.

SOS - 2yeonOnde histórias criam vida. Descubra agora