Capítulo 9 - Parte 3

172 17 142
                                    

— Poderia ter sido mais paciente, não acha? Ela poderia ainda ter sido de grande ajuda — questionou Simon, cruzando seus braços, enquanto encarava a encapuzada que não se abalou com aquilo.

— Você teria feito a mesma coisa — ela se virou para olha-lo — Então não me julgue, Romeu.

A mulher começou a analisar cada canto da sala buscando alguma coisa útil para usar, nem que fosse uma ferramenta indistinta, o martelo que havia usado estava encharcado de sangue, ele não seria mais útil naquele momento, nem mesmo a faca que havia usado para rasgar a garganta de Romanova.

— Viu como ela é impulsiva? — Simon encarou Soap que fez um beicinho por conta da dor.

— Você também é na maioria das vezes — argumentou Soap, Simon arregalou os olhos incrédulo por aquilo.

O tenente encarou brevemente a encapuzada antes de suspirar, ele poderia sentir como se fossem — borboletas no estômago, mas o que mais sentia mesmo era ânsia.

Ele sabia que Selene era uma mulher impulsa, talvez desejada por muitos, apesar de nunca ter visto seu rosto, Simon navegava no abismo daqueles olhos vermelhos que o hipnotizavam como duas faíscas ardentes de fogo.

Desviando o olhar, Simon arrastou a mesa pro lado, quase derrubando-a para o lado. E usando toda a sua força, abriu a porta que havia ali embaixo coberta por um tapete florido. Utilizando o martelo ensanguentado, arrebentou a tranca da segunda porta que ali tinha, abrindo-o em seguida.

Riley observou a parte externa daquele porão antes de voltar seu olhar para a esquerda, vendo Price caído, encostado em uma parede velha e desgastada. O tenente saltou para dentro, sem demorar muito e correr até o capitão que estava algemado em uma barra de ferro.

Seu rosto escorrendo sangue da mesma forma que o seu suor, suas roupas rasgadas com vestígios de sangue, sua pulsação praticamente fraca. Seus olhos se abriram brevemente notando a figura masculina em sua frente.

— É você mesmo ou eu estou alucinando? — sorriu de leve, sua voz carregada de esperanças.

— Sou eu mesmo, em carne e osso — Simon analisou a algema, buscando alguma gaveta perto, e só o que achou nas cinco gavetas foi apenas dinheiro, e percebendo que não tinha nenhuma chave ali, encarou Price que agonizava — Selene, preciso da sua ajuda! — gritou.

A encapuzada já havia achado um machado ali jogado, e girando nas suas mãos, encarou o porão lá embaixo antes de pular, seus saltos fazendo barulho onde havia caído. Seu olhar percorreu a figura de Simon que encarou o objeto — mais uma vez inusitado.

— Onde encontrou isso? — questionou.

— Achei jogado atrás de um armário, vai ser de bom uso, não vai? — ela sinalizou para a algema, e Simon de certa forma concordou com aquilo, mesmo sentindo vibrações em seu corpo para não confiar.

Simon ajeitou as mãos de Price onde pudesse ficar visível a algema, e depois se afastou, mulher ergueu o machado e imaginou o X da questão, e então, com um único golpe, ela partiu a algema no meio que foi liberada das mãos de Price, mostrando suas marcas profundas.

— Belo reflexo — elogiou Price se apoiando na barra de ferro antes de Simon segura-lo.

Selene abaixou uma escada que tinha ali, subindo os degraus enquanto ajudava Simon com Price, o olhar de Soap transpareceu em alegria ao vê-lo, mesmo que estivesse ambos acabado.

— Temos que sair daqui — lembrou Soap — Não sabemos se todos os seguranças dela foram exterminados.

— Ela tem mais seguranças? — Simon sentou Price em uma cadeira.

Devil's Eyes - Simon Riley Onde histórias criam vida. Descubra agora