Um outro adeus

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Salomão se viu cercado por dois sombrios, o pior era que a armadura de um deles era idêntica daqueles que o perseguiam no sonho. Um dos sombrios tinha uma postura ereta, estava com as mãos para trás, como se fosse um superior e encarava Takahashi. O outro era pálido, de cabelos castanhos claros jogados para frente, o rosto era redondo e a boca borrachuda. Salomão ao ver esse segundo homem arregalou os olhos, já havia lutado com ele antes:

"Não é possível, eu vi Guilherme matá-lo", pensou o rapaz já sentindo a barriga doer.

— Está atrasado, Hayato! — disse o superior com voz de repreensão.

O pai de Mayumi aceitou a bronca abaixando a cabeça. Sua testa estava encharcada de suor. Enquanto isso, o soldado deu um passo à frente, examinou Salomão dos pés a cabeça, então virou para o superior, dizendo:

— Sem dúvida, é ele! — franziu o cenho e fechou o punho com raiva.

— Se Dante reconhece o garoto, então você pode ir, deixarei você e sua filha em paz.

— Obrigado, João! — Agradeceu enquanto juntava as palmas.

Dante rapidamente deu um tapa na cara de Takahashi, que se desequilibrou e caiu no chão.

— Como ousa desrespeitar Vossa Majestade?! — gritou o soldado.

— Me perdoe, por favor!! — o homem logo se curvou, colocando sua testa em contato com o chão.

João olhou-o com indiferença.

— Como sou misericordioso, eu te perdoo desta vez, mas somente desta!

— Mais uma vez, muito obrigado, Majestade!

Hayato se levantou e caminhou até a saída. Foi quando aconteceu a pior situação para ele e Salomão.

— O que... o que vo-você faz aqui? — Balbuciou, enquanto olhava fixamente para os olhos da filha.

— Eu não aguentei ficar lá, então vim ver o que estava acontecendo... — Mayumi estava com os olhos arregalados, como se não acreditasse no que estava vendo — Por que fez isso, pai? Minha mãe...

— Ela faria o mesmo — disse, interrompendo a própria filha — tudo que eu faço é para salvar sua vida, minha querida. Nada mais, nada menos, é o que as pessoas fazem quando amam alguém.

— Não! Isso está errado... trocar a vida de alguém por outra... nunca! Eu só saio daqui com Salomão ao meu lado... — Mayumi fechou os punhos e encarou os Noxianos.

— Quanto drama — debochou João — Ouça seu pai, e saia daqui... é o melhor que pode fazer.

Mayumi nada respondeu, Salomão estava atônito ouvindo a conversa, olhando de um para o outro. Ela o fitou, em seguida, encarou João e apontou o dedo para ele.

— Se acha que sou fraca igual meu pai, está enganado, seu porco!

— Mayumi... não diga... — ele não pôde terminar, Hayato foi interrompido pela voz firme e tranquila.

— Todas as ações têm consequências, o que foi dito não há como ser apagado. Se é assim que quer, assim será — João fez um gesto com a mão — Saia!

A porta ao fundo do lugar não foi aberta, mas sim, arrancada. O sujeito que havia passado por ali era o mesmo que matou Hector. Seus braços tinham a largura da coxa de Salomão, talvez até maiores, o monstro que invadiu sua visão era duas vezes maior e três vezes mais largo que qualquer ser humano. Na mão direita, carregava o mesmo machado, com sangue seco espalhado por toda a lâmina, o rosto da abominação tinha se recuperado um pouco, estava menos inchado, mas ainda havia uma cratera no lugar do globo ocular.

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⏰ Última atualização: Apr 23, 2024 ⏰

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As crônicas da luz e das sombras - Ascensão das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora