Os dois irmãos

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Depois de muita festa e euforia, após a coroação, estava o novo rei dentro do castelo, sentado em sua poltrona. A feição dele já era outra, os olhos estavam vidrados em uma moeda antiga que se encontrava na sua mão, era de cor dourada e brilhante, composta por símbolos numa face e na outra algo que parecia runas ou uma escrita extinta. O novo rei estava perdido em pensamentos e havia um sorriso em seu rosto, mas foi cortado quando um dos guardas que protegia o quarto entrou e disse:

— Desculpe-me por incomodar, Majestade! Devo anunciar que os seus sobrinhos chegaram!

— Mande-os entrar — falou rapidamente.

— Sim, Majestade. Com sua licença!

Dois meninos entraram no quarto, ambos sobrinhos do rei. O primeiro a entrar era o mais novo, tinha a postura ereta, cabelos pretos e médio, seu rosto era largo, e seus olhos castanhos claros observavam os detalhes do lugar com curiosidade. O segundo a entrar era o mais velho e herdeiro da coroa. Este tinha a postura curvada, cabelos curtos e pretos, com um leve bigode que mais parecia um sombreado, seu rosto fino era o oposto de seu irmão, e apesar de ser mais velho, o outro menino era quase do seu tamanho, mas ambos tinham estatura alta para a idade.

— Majestade! — disse o mais novo.

— Tio... me desculpe... Majestade! — falou o mais velho.

— Não se desculpe, João. E mantenha a postura firme — dito isso, João endireitou sua coluna — Chamei vocês aqui, primeiramente, para saber como estão. E, também, para dizer que ainda sou o tio de vocês. Tive que me declarar rei ao povo, porque eles precisam de um nesse momento, mas de acordo com as leis do reino, sou apenas um regente. O nosso verdadeiro rei é você, João.

— ...

— Outro motivo que os chamei aqui é para avisar que estou organizando o exército para recomeçar nossas conquistas e destruir aquele povo do continente. Reuni-me com os nossos vassalos de Tenebris e Agnos e até mesmo com algumas famílias importantes do clã das Chamas. Eu os convenci a enviar seus filhos para se tornarem membros oficiais do nosso exército, em troca de alguns favores. E o melhor de tudo é que são todos Elementares. Para saber se estão adeptos aos nossos objetivos, criei um torneio, no qual vou avaliar a habilidade, domínio e força de vontade de cada um. Aqueles que forem fracos não vão ter espaço para nosso exército. No entanto, darei um tempo para que os candidatos se preparem.

A razão por ter chamado vocês, também é esta — o recém coroado caminhou lentamente em direção aos seus sobrinhos — por serem meus parentes, gostaria que participassem. Como parte da realeza — indicou o mais novo — e futuro rei — olhou para o mais velho — vocês seriam ótimos representantes do reino. Como eu disse antes, o objetivo principal é analisar os participantes, e aqueles que tiverem postura de vencedor, serão muito bem recompensados. E se vocês participarem — Alexandre colocou suas mãos sobre o ombro de seus sobrinhos — além de me deixar muito orgulhoso, trarão uma imagem muito positiva aos nossos aliados e ao nosso povo. E eles precisam muito disso nesse momento que estamos passando.

O mais novo esperou Alexandre fazer uma pausa e disse com voz firme:

— Estou de acordo, meu Rei. Farei o possível para ajudar o reino.

— Muito obrigado, Abner. Sei que não me decepcionará.

— Se você for, Abner. Eu também irei ao torneio. — anunciou o mais velho.

— Ótimo! — Alexandre deu um leve sorriso — Vou reunir os melhores professores que tivermos em Nóxen para treinar vocês. O torneio será realizado daqui alguns meses. Creio que é tempo o suficiente para se prepararem.

As crônicas da luz e das sombras - Ascensão das TrevasOnde histórias criam vida. Descubra agora