𝑜𝑛𝑒

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A morte nunca me assustou.
Eu nunca tive medo da morte.
Eu não tenho motivos pra continuar.
Eu não tenho um "porto seguro".
Eu não tenho muitos amigos.
Não tenho família.
E isso não me faz falta. Eu aprendi a viver assim.

Eu nasci no Canadá e vim pro Japão aos 4 anos com meus pais, que morreram 8 anos depois. Após a morte deles minha tia me adotou, mas me abandonou com 15, e desde então eu vivo sozinha. Atualmente eu tenho 19 anos..

Não converso muito com as pessoas, apenas o necessário pra minha sobrevivência. E a razão pela qual eu não tenho amigos é: insegurança. Sempre que eu tentei fazer amigos eu ouvia frases do tipo "ah, então você é a menina que matou os pais", ou então "assassina, sai de perto de mim", ou até mesmo "nunca penteou seu cabelo não?", "se bater um vento voa", esse são apenas alguns exemplos. Eu nunca consegui responder a nenhum deles, algumas vezes por falta de coragem e outras por ser ameaçada, mas não é uma ameaça no estilo "vou te bater se você contar" mas era ameças onde colocavam facas em meu pescoço, e diziam que caso eu contasse algo me matariam.

Como eu disse, eu não tenho medo da morte, mas morrer na mão de algum imundo desses é uma forma humilhante de morrer.

E é assim que eu levo a vida.
Eu tenho um emprego numa pequena lanchonete onde os funcionários do hospital vão lanchar, tive que trancar minha faculdade pela falta de dinheiro, mas antes de trancar eu fazia medicina.

Antes de sair de casa eu vesti a primeira coisa que apareceu na minha frente, uma blusa moletom e uma calça jeans clara, nada muito planejado, e arrumei meu cabelo liso (progressiva) em um pequeno rabo de cavalo.

Meu emprego não é muito longe de casa, então vou caminhando, mas ele é UM SACO. Principalmente os clientes. São todos mimados e estão sempre com a cara de cu, e isso me faz questionar se eu realmente preciso desse emprego.

Principalmente um cara loiro que vai lá. Ele olha pra tudo e todos com a maior cara de cu.

Usagi: pode me ajudar aqui, por favor- diz minha colega de trabalho. Ela é até legal, mas eu não acho que seja possível aparecer uma amizade entre nós- no que pensa tanto?- ela diz após eu me aproximar pra ajudá-la.

- o que você faria se esse fosse seu último dia de vida?- digo tentando puxar assunto com a mesma, que estranha a pergunta.

Usagi: acho que eu veria minha família- diz ela com um sorriso mínimo no rosto- e você? Se esse fosse seu último dia, o que você faria?- diz ela me fazendo ficar pensativa.

-não sei.. talvez pediria demissão desse emprego- eu digo com um leve tom de ironia vendo a cara assustada e Usagi- Usagi, oqu...- eu não pude nem terminar de falar, já que meu querido chefe apareceu atrás de mim.

[...]

"Demitida"

Eu achei que logo seria demitida, mas ser demitida por uma burrice dessas? Não é possível.

Eu andava em passos firmes, sem prestar atenção no que estava na minha frente então não foi uma surpresa quando vi um carro batendo em mim e eu voando longe.

"Fingir desmaio ou levantar como se nada tivesse acontecido?"

Foi a primeira coisa que passou em minha cabeça enquanto eu via várias pessoas chegando perto do meu corpo caído no chão da rua.

-eu tô bem-digo me levantando e saindo andando, mancando, pra ser mais específica- AI QUE ODIO- berro assim que fico longe suficiente daquelas pessoas que viram meu atropelamento.

Não é possível que essas coisas só aconteçam comigo. 1° eu fui demitida, 2° eu quase morri atropelada, e agora eu esbarrei em um homem. Eu nunca precisei socializar tanto em um dia só.

-desculpa- digo encarando o moço.

?- ta cega é? olha por onde anda piranha- o moço que eu esbarrei diz.

-PIRANHA?- digo acertando o rosto do mesmo em um belo tapa, que logo é devolvido em meu rosto na mesma velocidade.
Empurro o homem que volta furioso pra me empurrar também, mas um homem saiu da multidão que olhava a briga e o segurou enquanto eu me aproximava novamente dele.

-olha aqui- digo chegando cada vez mais perto- você deve se achar o bambambam né? Nunca esbarrou em ninguém sem querer não?- digo me preparando pra acertar outro tapa em sua face quando sinto minha mão ser segurada e me puxarem pra fora daquela muvuca.

?- você não devia enfrentar pessoas que tem o dobro do seu tamanho-diz o cara que me puxou pra fora da briga.

-eu acho que você não tem muito direito de falar nada sobre altura- digo soltando uma risada irônica- eu diria que você tem 1,70 de altura, no máximo.

?- olha só a gigante falando- diz me olhando com uma bela cara de cu.

-okay, da pra me soltar? Juro que não vou voltar pra bater naquele homem.- o cara me solta- obrigadinha nanico de casaco.- e assim eu saio andando sem rumo.

Meu aluguel prestes a vencer, contas atrasadas e sem emprego, e adivinha pra onde eu vou? Exatamente, beber. Parei em um bar qualquer e pedi a primeira bebida alcoólica que eu vi. Não sou uma pessoa de beber, mas como terapia é caro, a bebida serve por enquanto.

Se for contar, eu acho que bebi só umas três latinhas de cerveja, então comprei uma garrafa de vinho pra beber em casa. Não é qualquer bebida que me derruba.

-vem ca- digo rindo e olhando pro nada após beber mais da metade de uma garrafa de vinho.- e agora?- digo tentando me levantar, tentando ir pro banheiro tomar um banho, e milagrosamente achando meu celular no caminho, poucos segundos depois, ligando pro primeiro número de telefone da minha agenda.

kuina- Oi Hanna, não estou em horário de trabalho agora, precisa de algo?- ela diz e eu reconheço sua voz de imediato, kuina, minha antiga terapeuta e uma possível amiga.

-ei.. você..ajudar..pode? -digo me embolando um pouco nas palavras.

Kuina- você bebeu? ah, esquece. Fica parada onde você tá, tô indo aí te ajudar.

-mas...- percebo que ela desligou- ela me abandonou.. -digo começando a chorar por ter sido abandonada.

Sentada no chão vejo a porta se abrindo e duas pessoas entrando em minha casa, sendo uma delas Kuina, e um outro cara... esse cara parece o nanico de casaco que eu vi hoje mais cedo...

-seu nanico de casaco, foi você que me impediu de bater naquele cara-digo aos resmungos e percebendo Kuina me encarar sem saber o que fazer.

Kuina- okay, okay, você não tá bem mesmo, vem aqui- elas disse e meu puxou pro banheiro me ajudando a tomar um banho frio e logo depois colocar uma roupa- prontinho, agora vê se dorme e não bebe mais.- diz antes de sair com o loiro.

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pra mim é super "clichê" (digamos assim) toda personagem ter um passado traumático KK

Revisado: 25/05/24

~yestheloveisreal

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até que a morte nos separe ||Chishiya Onde histórias criam vida. Descubra agora