thirty-four

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Escutem "born to die-lana del Rey" pra ler, juro
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Chishiya precisava ir até Hanna, ele sabia disso, mas... Como em meio a tanta dor ele conseguiria andar até lá?

Os cortes doíam, seus amigos provavelmente iriam morrer em breve, e o loiro sabia que também morreria, mas queria ver Hanna uma última vez, queria ver sua esposa.

Ele se arrastou até o local onde havia deixado Hanna e Niragi. Era uma dor insuportável e agoniante, mas queria por tudo ver sua garota.

Chishiya ouviu uma explosão, significando que sim, haviam vencido o rei e o plano havia dado certo, ou quase, já que quase todos estavam mortos. Era o que ele pensava.

Lágrimas e mais lágrimas de dor e agonia insistiam em sair dos olhos do loiro enquanto ele se rastejava.

Até onde ele iria por amor?

Se lhe perguntassem isso a exatos 11 meses atrás, ele daria risada, mas... atualmente ele faria de tudo.

Por sorte, ou não, o local não era longe, mas não fazia doer menos.

Foi quando em meio ao caos, ele viu.

Hanna.

Ela estava viva, o que foi um alívio. Ela conversava com Niragi, preocupada com o loiro, além disso a poça de sangue ao redor de Hanna não passava despercebida.

*Hanna

Chishiya 'ta demorando tanto. Aconteceu algo com ele?

Eu ouvi o barulho de uma explosão, e vi o dirigível do rei de espadas se despedaçando, mas e meu loiro?

-mas e se...-eu conversava com Niragi, mas parei assim que vi ele focado em outro lugar, ou melhor, em outra pessoa.-Chishiya?

Minha voz soou mais alta do que eu esperava, o que me causou um incômodo maior ainda no lugar do tiro, mas... chishiya tá bem pior.

Chishiya e Niragi se olharam, como se estivessem conversando apenas por olhares, e então Niragi tirou minha cabeça do colo dele com cuidado e me colocou sentada com as costas apoiada em um carro.

Ele sabia de algo, algo que eu não tinha descoberto ainda.

Chishiya se arrastou até o meu lado e conseguiu se sentar da mesma forma que eu estava.

-você tá parecendo uma morta-viva.-o loiro disse sarcástico, mas seu tom de voz era fraco e dolorido.

-É incrível como até morrendo você consegue debochar da minha cara.-murmuro.

Senti Chishiya colocar a mão dele por cima da minha, nossas alianças se tocando. Eu passei a usar minha aliança na mão direita por pura rebeldia, mas nunca tirei.

Ele apertou minha mão, com o resto de força que lhe restava. Eu queria ajudar, dizer que ficaria tudo bem... mas eu sabia. Eu sei. Eu só não quero aceitar.

-Hanna... se lembra de quando jogamos juntos no jogo da coisa? Você me perguntou se eu tinha alguma coisa pra me agarrar a vida..-o loiro começa a falar.

-sim, claro que lembro. O que tem?

-Sim, Hanna. Antes eu não tinha nenhum motivo, mas agora eu tenho, e é você. Eu só lutei pra ficar com você.-ele confessa. Apenas por suas palavras eu pude sentir a sinceridade delas.

-isso é... -começo a falar, mas percebo a boca de Chishiya sangrando-chiya?

-eu tô bem.-ele diz cuspindo sangue.

Não tento discutir, não tenho força pra isso.

-acha que Arisu vai conseguir?-pergunto com a voz falha, assim como a dele.

-vai sim, ele é esperto. Não sente medo de... morrer?

-sabe Chishiya, nós nascemos pra morrer.

Em alguns minutos, senti a respiração do loiro ficando falha ao meu lado, e meu corpo já não doía mais, era como se estivesse dormente.

-Eu amo você, Hanna Suzuki.-chishiya sussurrou, enquanto seu corpo ficava cada vez mais mole.

-eu também amo você, Shuntarō Chishiya.

A dor física já não existia mais, apenas a psicológica..

A mão de Chishiya por cima da minha, esfriou. E foi assim que minha ficha caiu. Shuntarō Chishiya, meu esposo, meu loirinho, está morto.

Eu senti falta do seu calor quase de imediato, mas não conseguia chorar, mesmo que quisesse.

Os fogos sinalizaram que o último jogo havia sido vencido, mas... esse mundo não se tratava apenas de sobreviver aos danos físicos, e assim, eu escolhi me entregar a morte.

Não queria viver em um mundo onde meu loiro não estivesse, não queria mesmo.

Segurei a mão de Chishiya com o resto das minhas forças, sorrindo fraco enquanto chorava.

"até que a morte nos separe, chishiya"

Essas foram minhas últimas palavras antes de minha visão escurecer por completo...

[...]

Avistei Chishiya todo de branco no fim do campo, ele sorria olhando algumas flores. Eu nunca o vi tão sereno como agora.

-o que faz aqui, minha formiguinha?
ele disse sorrindo enquanto se aproximava.

-eu vim viver com você, meu loirinho.
Nem a morte foi capaz de nos separar.

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até que a morte nos separe ||Chishiya Onde histórias criam vida. Descubra agora