Eu, ele e os outros II

Capítulo IV - Férias de sonho

GABRIEL

Passaram-se cerca de dois meses desde que eu voltei para casa.

Nunca mais soube nada da Daniela, depois da confusão entre ela e o Berna. Não fazia ideia de onde ela estava, mas gostava de a ter longe de nós os dois.

Naquele momento, eu e o Bernardo estávamos a viajar. Estávamos em Bahamas, no último dia da viagem que tínhamos feito.

Tínhamos visitado países fantásticos e de uma beleza extraordinária, o sonho de qualquer pessoa. Países que eu nunca tinha pensado em conhecer, antes desta viagem.

Tínhamos estado em vários estados dos Estados Unidos da América, na China, no Japão, em Dubai, na Grécia, na França, e em muitos outros países, onde pude estar a sós. Era um sono tornado realidade.

E ali estávamos nós, na praia, a ver o pôr do sol, o oceano e a areia. Aquela praia era lindíssima.

Encostei a minha cabeça ao ombro dele. Éramos só nós os dois e o oceano à nossa frente.

Decidimos dar um último mergulho, à luz do luar, quando o sol já se tinha posto. Parecia que estávamos num filme. 

Eu beijei-o e acariciei o seu cabelo, agora molhado.

- Amo-te - disse-me ele, puxando contra o seu corpo.

- Temos de ir para o hotel, Berna - sussurrei. - Amanhã temos de nos levantar cedo.

E assim fizemos.

Era divertido estar com o Bernardo. Ele sabia sempre como me fazer sorrir, e essa era uma das coisas que eu mais adorava nele.

Deitei-me nos lençóis brancos e perfumados que revestiam a nossa cama. Eram macios, tal como a pele dele.

Olhei para o teto, enquanto esperava que ele saísse do banho para vir ter comigo. Para minha surpresa, ele veio chamar-me, ainda sem ter tomado banho.

- Mas agora és como as crianças? - brinquei. - Eu não te mandei ir tomar banho?

- Creio que vais gostar daa minha surpresa - disse-me ele, levando-me até à casa de banho enquanto me segurava a mão.

Entrei naquela casa de banho enorme e vi a banheira grande, coberta de espuma e pétalas de rosas vermelhas e cheirosas.

O Berna nem me deu tempo de respirar. Em menos de cinco minutos, já estávamos a tirar a roupa um ao outro, enquanto nos beijávamos e acariciávamos.

Entrámos juntos na banheira, e os nossos corpos tocavam-se por debaixo da água, que nos chegava quase até ao pescoço, já que estávamos deitados.

Esta cena parecia te sido tirada de um dos filmes de romance que eu e ele costumávamos assistir juntos. Era tudo muito mágico, e eu não queria que acabasse.

Quando a pele dos nossos dedos começou a enrugar, saímos da banheira e fomos diretamente para a cama.

Eu amava-o. Estava loucamente apaixonado por ele. Ele era meu, e eu era dele. Vivíamos um para o outro, e eu não conseguia tirá-lo da cabeça.

Acordei de manhã, não sei a que oras, mas sei que, quando acordei, tinha o Berna ao meu lado, a observar-me silenciosamente. A mão dele era suave e acariciáva-me o cabelo.

- Agora eu sou um quadro, para estar a ser assim tão admirado? - brinquei.

- Não, mas és lindo a ponto de estares num museu - disse, e os seus lábios encostaram-se aos meus. - Só não te pus num ainda porque te quero só para mim.

Lenvantámo-nos e tomámos o pequeno-almoço, antes de irmos para o aeroporto.

Aquela vida era o meu sonho tornado realidade. Será que ficaria assim por muito tempo?