Capítulo VII - Problemas

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BERNARDO


Eu estava com o Gabi e com o Tomás a
apanhar sol na piscina de nossa casa.

Estávamos relaxados, deitados ao sol a aproveitar o que restava do verão.

De repente, senti o meu telemóvel a vibrar, e levantei o ecrã para poder ver quem era.

Era o meu amigo, o Diogo.

Achei estranho ele estar a ligar-me, mas, apesar disso, atendi.

- Bernardo, estamos fodidos - disse ele, quando eu atendi.

- O que se passa, Diogo?

- Lembras-te de uma das miúdas de que eu te falei? Aquela a quem eu vendi três quilos de coca.

- Mais ou menos, mas o que é que tem?

- A identidade dela era falsa. Ela denunciou-me à polícia por pose de drogas.

- Onde estás, Diogo?

- Vim a correr para minha casa, antes que chegue a polícia.

- Tu és burro? Assim ela já sabe onde tu moras!

- Nem pensei nisso. E agora?

Vi o Gabriel a aproximar-se de mim, e fiz de tudo para esconder dele a nossa conversa.

- Ok, Diogo, então fica combinado irmos todos à Suíça no inverno, para ver a neve - disfarcei.

- O que estás para aí a dizer? Eu estou prestes a ser preso e tu dizes-me para irmos ver a neve? Estás parvo?

- Depois falamos melhor, então - continuei, desligando logo de seguida.

O Gabriel sentou-se na espreguiçadeira ao lado da minha, e pediu-me para colocar protetor solar nas costas dele.

"Pobre Gabi", pensei eu. "Ele está tão feliz, e, se calhar, agora vai tudo por água abaixo. Quem me dera nunca me ter metido na rede de tráfico de drogas."

O Gabriel também conhecia o Diogo, e eu temia que este lhe contasse a verdade. Eu estava a dar o meu melhor para esconder aquilo do Gabi.

Consegui, à noite, sair sozinho, para me encontrar com o Diogo.

Íamos à procura daquela rapariga, e estávamos dispostos a andar à pancada.

Entramos num beco de um dos bairros mais perigosos da cidade. O medo dominava-me, não o posso negar, mas, naquela altura, não o podia demonstrar.

Foi então que encontrámos a rapariga. Ela estava de costas, com o carapuço da sweat negra a tapar-lhe o cabelo. Parecia ter saído diretamente de um filme policial.

- Olha quem são eles! - disse ela, e reparei que aquela voz não me era estranha. - Trouxeste um amigo, foi?

Engoli em seco, e foi naquele momento que percebi que ela estava acompanhada por dois rapazes.

Eu definitivamente não estava preparado para aquilo.

Eu, ele e os outros IIOnde histórias criam vida. Descubra agora